Saúde
Microcefalia é severa em 71% dos casos, diz estudo
Pesquisas sobre a malformação associada ao zika vírus estão cada vez mais perto de chegar a um consenso em todo o mundo
Por: Diario de Pernambuco
Publicado em: 26/01/2016 08:26 Atualizado em: 26/01/2016 08:36
Dentre os bebês analisados, sete em cada 10 apresentaram situação grave da doença, com perímetro cefálico bastante reduzidoFoto: Paulo Paiva/DP |
Estudo publicado pelo Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, baseado na investigação de 35 crianças brasileiras com microcefalia ligada ao zika vírus, transmitido pelo Aedes aegypti, mostrou que 71% têm casos severos da anomalia congênita. Isso corrobora a observação de médicos pernambucanos a partir dos casos que têm chegado às unidades de saúde. Uma investigação local é conduzida pela Secretaria de Saúde e o Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (Fiocruz-PE).
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Elaborado por 13 especialistas brasileiros com apoio do CDC, a pesquisa analisou crianças nascidas entre agosto e outubro de 2015. Dentre os analisados, sete em cada 10 apresentaram situação grave da doença, com perímetro cefálico bastante reduzido. Dos que passaram por exames de neuroimagem, todos apresentaram calcificações, alargamento dos ventrículos no cérebro e modificações no padrão de migração dos neurônios.
A pesquisa mostra que no segundo semestre de 2015 o Brasil apresentou uma estimativa de 20 casos de microcefalia para cada 10 mil nascidos vivos. E também fez uma análise das mães dessas crianças, evidenciando que em 59% dos casos foi relatada a presença de manchas vermelhas no primeiro trimestre de gestação. Outras 14% das investigadas tiveram os exantemas no segundo trimestre de gestação.
Em Pernambuco, um estudo da Fundação Altino Ventura já havia mostrado que 40% das crianças que chegaram à unidade apresentaram alterações oculares. Outro estudo em parceria com os hospitais universitário Oswaldo Cruz e Barão de Lucena está analisando os dados neurológicos, auditivos e oftalmológicos. Os resultados devem ficar prontos em um ou dois meses.
No Huoc, a maior parte das crianças chega com perímetro cefálico entre 27 e 28 centímetros. “No geral, quanto menor a cabeça, maiores serão os comprometimentos. Mas estamos estudando para confirmar isso e submetendo essas crianças à tomografia”, afirmou a chefe da infectologia do hospital, Ângela Rocha.
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