Prefeito Calçadão da orla de Olinda não resistiu à pressão das chuvas Prefeito disse que a pressão gerada pela grande quantidade de água das chuvas teria provocado uma fuga de material

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 30/05/2016 14:43 Atualizado em: 30/05/2016 15:00

Cerca de 20 metros do calçadão da orla de Olinda cederam na manhã desta segunda-feira, quando fortes chuvas atingiram a cidade. No momento do acidente, motoristas e motociclistas viveram momento de tensão, correndo o risco de  terem os veículos arrastados pela força da água. Em entrevista a uma rádio local, o prefeito da cidade, Renildo Calheiros, disse que a pressão gerada pela grande quantidade de água das chuvas teria provocado uma "fuga de material". O concreto invadiu a pista, que ficou totalmente alagada e a força da água arrastou partes do calçadão para o mar da cidade.

De acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), das 8h40 de domingo às 8h40 de hoje choveu Olinda o acumulado de 209 mm, 64% do esperado para o mês de maio, que é 326 mm. Ainda segundo o prefeito, quase todos os 34 canais que cortam a cidade transbordaram.

Mortes -
Três pessoas morreram e quatro ficaram feridas na Ladeira do Giz, no bairro de Águas Compridas. Todas de um mesma família. O deslizamento da barreira destruiu totalmente duas casas. Na primeira, estavam mãe e filho. Alexandra Xavier de Moraes, de 35 anos, e João Vitor de Moraes, de sete, foram os primeiros atingidos. Bárbara Patrícia, que era sobrinha de Alexandra, estava na casa vizinha e também morreu. O namorado de Bárbara e o marido de Alexandra tentaram ajudar a salvá-los, mas não conseguiram. Acabaram feridos e foram socorridos para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Duas crianças que ficaram parcialmente soterradas foram resgatadas com vida.

Moradores da área alegam ter acionado a Defesa Civil há seis meses, mas denunciam não terem sido atendidos. O zelador Roberto Carlos de Melo, tio de Bárbara, disse que a sobrinha tinha muito medo, sempre que chovia. No local restou um cenário da guerra. Muita lama, escombros das residências atingidas e até os postes com a fiação foram parar no meio da rua. O Corpo de Bombeiros, acionado para resgatar as vítimas, alertou a Defesa Civil para o risco de novos deslizamentos. O aviso de possibilidade de chuvas fortes emitido pela Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) vigora até as 4h da madrugada de terça-feira.

Na PE-15, em Ouro Preto, a água das chuvas entrou nas residências e chegou a uma altura de um metro. Alguns moradores deixaram suas casas com água na altura do pescoço. Dois cães que faziam a segurança de estabelecimentos no bairro de Peixinhos ficaram ilhados. Pessoas que passavam pela via ouviram os latidos desesperados e conseguiram resgatar os cachorros, que corriam o risco de morrer afogados. O nível da água chegou a um metro de altura na via. Todo o resgate foi acompanhado ao vivo pela equipe da TV Clube.

 

Com informações do repórter Rodrigo de Luna

 



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