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Educação patrimonial: a importância de valorizarmos nossos patrimônios vivos

Marco Aurélio Filho
Vereador e Membro do Conselho Municipal de Política Cultural do Recife

Publicado em: 10/05/2022 03:00 Atualizado em: 10/05/2022 05:54

As homenagens póstumas durante muito tempo foram uma prática comum na sociedade, sobretudo no campo da cultura. As personalidades eram lembradas pelo legado deixado para as gerações seguintes. Sem desmerecer essas merecidas honrarias, uma pergunta sempre pairava no ar: qual o reconhecimento dado a esses fazedores e fazedoras de cultura em vida? Essa dúvida começou a ser respondida recentemente com as políticas públicas voltadas à educação patrimonial. Essas iniciativas buscam disseminar na sociedade o despertar para a importância de valorizar o trabalho dos Patrimônios Vivos enquanto fonte primária de conhecimento, informação e enriquecimento individual e coletivo.

No Recife, tivemos a honra de participar de todo o processo que culminou com a escolha dos quatro primeiros Patrimônios Vivos da Cidade. Esta política de valorização dos fazedores e fazedoras da cultura recifense teve início em 2021 quando o prefeito João Campos encaminhou à Câmara Municipal o Projeto Lei nº 19/2021. Nosso mandato, no âmbito da Comissão de Finanças e Orçamento, foi incumbido de fazer a relatoria do referido texto que deu origem à Lei nº 18.827, de 06 de setembro de 2021. A norma instituiu e disciplinou, no âmbito da Administração Pública Municipal, o Registro do Patrimônio Vivo do Município do Recife. Fizemos algumas alterações para aprimorar o texto original e o aprovamos de forma célere por entender a importância do assunto. Nesse sentido, a Casa de José Mariano foi fundamental nesta caminhada rumo à valorização dos artistas da nossa terra.

Este ano, no dia 5 de maio de 2022 em reunião extraordinária do Conselho Municipal de Política Cultural, no qual temos assento, participamos da escolha que elegeu os quatro primeiros Patrimônios Vivos do Recife: a passista de frevo Zenaide Bezerra, Mestre Teté (Antônio José da Silva Neto) do Maracatu Almirante do Forte, o Bloco Pierrot de São José e a Escola Gigantes do Samba. O Conselho é formado por representantes da sociedade civil e entidades governamentais.

Os Patrimônios Vivos irão receber uma bolsa mensal vitalícia no valor de R$ 1.650 para indivíduos e R$ 2.200 para grupos. É nosso dever constitucional garantir, apoiar e incentivar a difusão das manifestações culturais. Seguiremos firmes e comprometidos em salvaguardar os baluartes da nossa cultura. Sabemos que o caminhar cultural é um processo longo, mas por ora, vamos comemorar os avanços e despertar nas crianças e adultos este processo ativo de conhecimento, apropriação e valorização de nossa herança cultural através do nossos Patrimônios Vivos.

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