O avanço da tecnologia transformou profundamente não apenas a maneira como vivemos e nos relacionamos, mas também a forma como aprendemos e ensinamos, moldando um cenário educacional cada vez mais voltado para a integração digital e a inovação pedagógica. Essa revolução trouxe consigo novos desafios e oportunidades, exigindo uma reavaliação constante das práticas educacionais e uma adaptação dinâmica aos ritmos acelerados de uma sociedade cada vez mais “figital”.

Seymour Papert (1928-2016) era visionário da educação e um dos pioneiros nos estudos da inteligência artificial, onde nos deixou um legado marcante na interseção entre a tecnologia e a aprendizagem. Sua visão revolucionária, não apenas influenciou gerações de educadores, mas também redefiniu a maneira como encaramos o potencial humano na era digital.

Papert compreendia que o computador não era apenas uma ferramenta para automatizar tarefas, mas uma poderosa plataforma para a expressão criativa e resolução de problemas. Essa filosofia centrada no aluno foi fundamental para a popularização do Pensamento Computacional como uma habilidade essencial para o século XXI.

O Pensamento Computacional vai além do simples aprendizado de programação. Trata-se de habilidades cognitivas que envolve a resolução de problemas de forma sistemática, a capacidade de decompor questões complexas em partes menores, a identificação de padrões e a formulação de soluções de maneira lógica e eficiente. Essas habilidades são fundamentais não apenas para futuros profissionais da área de tecnologia, mas para todos aqueles que desejam prosperar em uma sociedade cada vez mais competitiva.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) aponta o arcabouço necessário para integrar o Pensamento Computacional em todas as etapas da educação básica. Ao estabelecer competências e habilidades que todos os estudantes devem desenvolver ao longo de sua jornada educacional, a BNCC reconhece a importância do Pensamento Computacional como uma habilidade transversal e interdisciplinar que permeia diversas áreas do conhecimento. Logo, ensinar computação vai além de aprender a “mexer” em computadores. É um meio de cultivar um pensamento mais lógico, organizado, estratégico e criativo.

A relação entre Seymour Papert e o Pensamento Computacional é uma história de inspiração e inovação. Seu legado continua a inspirar educadores e alunos a explorarem novas fronteiras de aprendizado, criatividade e descoberta. À medida que avançamos em direção a um futuro cada vez mais digital, suas ideias ressoam como um lembrete poderoso do potencial transformador da educação aliada à tecnologia.