Guerra

Carlos Carvalho
Advogado

Publicado em: 26/04/2024 03:00 Atualizado em: 26/04/2024 05:50

Aos poucos que semearam a paz e aos muitos pacifistas, pergunto se o mundo sempre esteve em guerra. Triste sina, essa do homem na terra!

Progresso tecnológico e guerra. Descobertas científicas e guerra. Fronteiras agrícolas e guerra. Ouro, prata, estanho, cobre e guerra. Gêngis Khan, Alexandre o Grande, Átila, Hitler, Napoleão, César. A lista é grande. E dá-lhe, guerra!

Quando os europeus singraram os mares e aportaram em outros continentes, disseminaram uma cultura de colonialismo, exploração, extermínio e guerra. Outros povos já possuíam diferenças irreconciliáveis, e os europeus foram traçando linhas imaginárias e colocando todo mundo no mesmo caldeirão. Resultado: mais e mais guerras.

Ingleses e franceses firmaram tratados para dominar continentes, países e povos. Portugueses e espanhóis, também. Os originários que se lixem!

Essa máxima imperialista de que o melhor dos modelos de governo é o meu, “cara pálida”, é nada democrático, e não existe legitimidade na dominação. Apenas força, polícias secretas, agências de “informação”, submundo, exploração, crimes.

Passados 2024 anos da vinda do Cristo, de mensagem conciliadora e revolucionária (dê a outra face), vivemos em plena guerra. Maomé e Buda também falavam em paz.

Assombrosos orçamentos, valores infindos (10,91 TRILHÕES) para armas-GUERRAS, cujo fito não é outro senão ceifar vidas. Ambição e pungar*** riquezas.

Tinha um deserto lá na África, ninguém tomava conta. Acharam petróleo - e guerra. Sudão, Sudão do Sul, Nigéria, Ruanda, Burundu, República Democrática do Congo e Angola vivem em guerra.  

Encontraram uma enorme reserva de petróleo na costa da Guiana. Guerra. O povo pode até passar fome, Maduro anda bem gordinho e certamente não irá para a frente de batalha. O comandante supremo de um exército com palas nas vistas e nas mentes. Esse papo de esquerda-direita, é conversa pra otário - sentou-se na cadeira (trono), não quer mais sair, e, quando tem que descer, busca colocar um sucessor, de preferência um familiar e/ou um cego seguidor fundamentalista pra lá de islâmico.  Como diz Gil, “Entra ano, sai ano e nada vem, meu sertão continua ao Deus dará...”.

E os atos de covardia se alargam no mundo em que bombas são jogadas sobre as cidades, matando e mutilando a população civil, num assustador quadro pintado por Picasso - a história se repete, o lobo. Não bastaram as assombrosas imagens de Hiroshima, Nagasaki, Vietnã, Ruanda. Nada detém a indústria da guerra.

As ditaduras passam, ficam as viúvas, os órfãos, um estado pouco acreditado, república de banana, muitas vezes urdida pelos defensores da democracia. Pinochet foi detido na Inglaterra, um magistrado espanhol pugnava pela extradição para que ele respondesse por crimes contra espanhóis. A respeitável Coroa o mandou são e salvo para o Chile. Pois é, na hora da chincha, democracia e proteção para os nossos, e olhe lá, para os outros, as garras da lei, com seus braços de estivador.

Agora, enfim, entendo, ou acredito, que a quadra da música de Bob Marley, tudo resume: “Até que a filosofia que mantém uma raça superior e outra inferior seja finalmente e permanentemente desacreditada e abandonada, todo lugar está em guerra, eu digo guerra.”

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