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As práticas de ESG e a sobrevivência das empresas

Cláudio Sá Leitão e Leonardo Barbosa
Sócios da Sá Leitão Auditores e Consultores

Publicado em: 21/07/2021 03:00 Atualizado em: 21/07/2021 05:49

As boas práticas de ESG, sigla em inglês para Environmental, Social and Governance, que significa Meio Ambiente, Social e Governança, vêm ganhando espaço nas grandes empresas brasileiras. A adoção das suas práticas, para avaliar as empresas, vem causando mudanças no comportamento dos investidores e dos consumidores que estão mais exigentes com o comprometimento das empresas, relacionadas à preservação do meio ambiente e à responsabilidade social. Essas práticas socioambientais, como o controle e a redução de emissões de carbono e de gases de efeito estufa (GEE), entre outras, e de governança corporativa, vem fazendo com que boa parte das empresas revejam seus conceitos a respeito do que seja sustentável do ponto de vista financeiro, de modo a torná-las mais competitivas nos mercados externo e interno, além de serem mais atrativas para os investidores.

Como no Brasil ainda não existe uma legislação específica sobre ESG, o consumidor é quem está ditando as regras do mercado, sendo mais exigente e se negando a adquirir produtos que não se enquadrem no “carbono zero”. Essa pressão do consumidor tem levado muitas empresas a incorporarem culturalmente as regras do ESG nos seus negócios, de modo que não sejam penalizadas pelos investidores e nas suas relações comerciais. 

As agendas socioambientais e de governança corporativa  ganharam força no início da pandemia em 2020 e, em decorrência disto, a partir desta data, os investidores internacionais passaram a ser mais exigentes e de forma estruturada. Apesar dos conflitos políticos e dos desafios impostos pela pandemia, a prática do ESG vem avançando e progredindo nas empresas, por meio de investimentos em sustentabilidade nas comunidades, visando a promoção de uma sociedade mais justa, igualitária e culturalmente produtiva.

Por isso, ao darmos mais ênfase e transparência fica evidente que as práticas de ESG trazem bons retornos financeiros e são sustentáveis no longo prazo. Tendo o índice ESG sido concebido como mecanismo de avaliação das operações das empresas no mercado, que atentam aos três eixos fundamentais que são: meio ambiente, social e governança corporativa , ele serve, portanto, como indicador do impacto da atuação das empresas no tocante à preservação ao meio ambiente, à preocupação de consciência social e ao asseguramento de relações ético corporativas. A sobrevivência das empresas está atrelada aos investimentos a serem realizados, pois os investidores institucionais vêm adotando critérios mais rígidos para avaliar as práticas das empresas, baseadas nos três eixos ESG.

A aplicação dessas práticas de ESG não se configura propriamente como sendo uma conscientização das empresas para uma nova realidade socioambiental e de governança corporativa, indo muito além do modismo para uma questão de sobrevivência empresarial. Sem esquecer que uma boa governança corporativa  se trata de um passo importante para a adesão aos aspectos sociais e ambientais, podendo até ser considerada uma espinha dorsal do ESG. 

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