Diario de Pernambuco
Busca
Projetos anunciados e nunca concretizados

João Alberto Martins Sobral
Jornalista

Publicado em: 05/02/2021 03:00 Atualizado em: 05/02/2021 05:35

Cemitério na Várzea: Roberto Souza Leão foi meu amigo nos tempos em que eu fazia a coluna Nova Geração. Figura agradável pessoalmente, mas famoso por brigas em que se envolveu. Um dia ele me chamou para almoçar na sua Coudelaria Souza Leão, na Várzea, uma área deslumbrantemente bela. Foi para falar do seu projeto de construir no local um cemitério. Junto com José Ubiracy Silva, outro amigo dele, voltei várias vezes para ouvi-lo falar do projeto. Na época não tínhamos cemitérios particulares na cidade. Ele foi aos Estados Unidos visitar vários cemitérios e acabou fazendo um belo projeto. Sonhador, chegou a fechar uma apresentação do tenor Luciano Pavarotti, que teria como convidados os compradores de túmulos. E pensava em tudo: como o caixão conduzido por charretes importadas da Inglaterra, com cavalos pretos ou brancos. É bom lembrar que ele tinha uma grande criação de cavalos de raça. Recordo de um momento curioso quando visitava com ele a área e chegamos a um local especial. Ele disse que ali os túmulos seriam mais caros, por terem uma visão de Boa Viagem. Brinquei: e os mortos vão ver? Ele disse: os mortos não, mas os familiares sim. O projeto nunca foi aprovado pela prefeitura e a Coudelaria se tornou espaço de grandes eventos sociais, especialmente casamentos.

Chuveiros na orla: A Secretaria de Turismo e Lazer do estado anunciou um projeto de construção de 110 chuveiros públicos em Boa Viagem, entre o Pina e Piedade, com um orçamento de R$ 2,8 milhões e prazo de oito meses para estar concluído. Algumas obras foram realizadas, com abertura de buracos no calçadão, mas três anos depois, nunca mais se ouviu falar da iniciativa. Nenhum chuveiro foi instalado e os improvisados na areia por comerciantes da área voltaram a funcionar, mesmo depois de pesquisas da UFPE ter constato na água deles, a presença de bactérias capazes de provocar muitas doenças.

Cidade da Copa: Um projeto grandioso lançado juntamente com a Arena Pernambuco construída para receber jogos das Copas das Confederações e do Mundo. Ideia era dar vida à área, com conjuntos residenciais e comerciais e até a possibilidade de receber um centro administrativo, com várias secretarias estaduais e até o campus da Universidade de Pernambuco. Ficou no sonho, hoje a Arena Pernambuco é um “elefante branco”, que custa uma fortuna ao governo do estado e com poucos eventos, os maiores religiosos. Sobre a tal Cidade da Copa, nunca mais se falou nada

Outlet: Participei de um almoço na casa de Etore Labanca, então prefeito de São Lourenço da Mata, com um grupo de empresários do Sul, que anunciaram a construção de um outlet junto da Arena Pernambuco. Não se concretizou, assim como outro shopping do gênero na BR-101 Sul. Só agora, graças aos empresários Paulo Perez, Rômulo Pina e Marcos Menezes, vamos ganhar um outlet, na BR 232, em Moreno.

Estádio na Ilha: Quando o Recife foi escolhido como uma das sedes da Copa que marcou o Sesquicentenário da Independência do Brasil em 1972, havia uma verba para a adaptação de estádios. Por sua localização, a escolhida pela CBF, que na época era CBD, foi a Ilha do Retiro. A convite de Marcos Vinícios Vilaça, na época chefe da Casa Civil, fui falar sobre a reforma do estádio com o então presidente do Rubro-negro, coronel Ivan Rui. Ele se mostrou contra a reforma e nos levou para uma sala, para mostrar a maquete do Estádio Presidente Medici, em homenagem ao então presidente do Brasil, que o clube pretendia construir e que seria um dos maiores e mais modernos do país. Não passou da maquete e a verba do governo federal foi para a segunda opção, o Arruda, onde aconteceram os jogos. O Brasil na final, no Maracanã, derrotou a seleção de Portugal, com gol de Jairzinho, aos 43 minutos do segundo tempo. O grupo 2, com jogos no Recife e Natal, reuniu as seleções da União Soviética, Portugal, Chile e um combinado de países da África.

MAIS NOTÍCIAS DO CANAL