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Empresas aéreas que tiveram voos no Recife

João Alberto Martins Sobral
Jornalista

Publicado em: 11/12/2020 03:00 Atualizado em: 11/12/2020 08:00

Pan-Am: Era como era conhecida a Pan American World Airways, Foi a primeira empresa internacional a voar para o Recife, nos anos 20 e 30, com hidroaviões, que pousavam em frente ao antigo Grande Hotel. Quando passou a usar o Boeing 707, teve por um bom tempo a rota Recife-Miami, A empresa faliu em 1991, quando tinha uma das maiores frotas do mundo. Seu icônico terminal no Aeroporto John Kennedy em Nova York, agora abriga um hotel cinco estrelas.

Panair do Brasil: Nasceu como uma subsidiária da Pan-Am e foi entre 1930 e 1950 a principal empresa aérea brasileira. Seus aviões faziam vários voos saindo do Recife para cidades brasileiras e também para os Estados Unidos e Europa. Eram famosos seus aviões Costellations, com impecável serviço de bordo. Num episódio até hoje não esclarecido, no dia 10 de fevereiro de 1965, um DC-8 que estava pronto para fazer um voo Rio-Recife-Lisboa-Paris-Frankfurt, foi impedido de decolar e a empresa foi fechada. Como por “milagre”, aviões da Varig, que voavam apenas para os Estados Unidos e Tóquio, assumiram todos os voos da Panair. Uma das mais belas músicas brasileiras se chama Saudade dos Aviões da Panair, de Milton Nascimento e Fernando Brant, imortalizada na voz de Elis Regina. Sua agência no Recife era na Avenida Guararapes. Autorizada pelo governo federal, no tempo da 2ª Guerra mundial construiu, operou e manteve o aeroporto do Ibura, no Recife. Em 1º de novembro de 1961, um Douglas DC-7 da companhia, que fazia o Voo da Amizade, uma parceria com a TAP, bateu numa árvore e caiu perto da cabeceira do Aeroporto dos Guararapes, matando 45 passageiros e deixando 43 feridos.

Varig: Aos assumir os aviões e as rotas da Panair do Brasil, a Varig se tornou a maior empresa aérea brasileira. Foi fundada em 1927 e o nome eram as iniciais da Viação Aérea Rio Grandense. Seu primeiro funcionário foi Rubem Berta, que acabou sendo o maior presidente da história da empresa. Entre 1955 e 1970 foi a maior empresa aérea brasileira, que cresceu muito em 1965, quando herdou as rotas internacionais da Panair do Brasil. Seu serviço de bordo tinha fama internacional, a primeira classe, então, onde fiz vários voos, era cinematográfica. Teve os mais modernos aviões da época, inclusive o Boeing 747, o Jumbo. E muitos lembram do Electra, que fazia os voos do Recife para o Rio e São Paulo, que tinha na parte de trás um sofá. A Varig voava do Recife para todas as capitais brasileiras e para Miami, Nova York, Lisboa, Paris, Londres, Frankfurt. Sua agência era na Avenida Guararapes e uma das suas funcionárias mais famosas foi Léa Pabst, que depois se casou com o jornalista Paulo Fernando Craveiro. O derradeiro voo da Varig foi em 2009, quando ela tinha duas subsidiárias, a Rio Sul e a Nordeste. Teve outro acidente no Recife, quando um Boeing 737 perdeu os freios e terminou batendo no muro do aeroporto, felizmente apenas com feridos leves.

Sadia: A empresa foi criada pelo comandante Omar Fontana, com o nome do seu frigorífico de Santa Catarina. Tinha agência na Avenida Conde da Boa Vista, gerenciada por Ruy Barbosa de Araújo, que depois chegou a diretor da Transbrasil. Utilizava aviões Dart Herald, que faziam os chamados voos pinga-pinga, com várias paradas na rota. A empresa chegou a ter uma frota com 12 Douglas DC-3 e três Curtiss C-46. Eles tinham uma velocidade de cruzeiro de apenas  207 km/h e levavam de 21 a 32 passageiros.

Transbrasil: Com o crescimento da Sadia, o comandante Omar Fontana criou a Transbrasil, que chegou a ser a quarta maior empresa aérea do país, atrás apenas da Varig, Cruzeiro do Sul e Vasp. Foi uma companhia revolucionária, graças ao comandante Omar Fontana, que era exímio pianista. Ele criou o voo noturno, conhecido como Corujão, com tarifas mais baixas, e um serviço que oferecia, nas quartas e sábado, feijoada no almoço. Tinha na frota, também o Bandeirantes, da Embraer. Vários aviões da empresa foram pintados com cores alegres e chamativas; Com a chegada dos Boeings 767, passou a ter voos internacionais. No Recife, para Lisboa, Amsterdan, Viena e Londres. Seu gerente mais conhecido foi o cearense Jurandir Pessoa, que ficava na loja da empresa, na esquina da Conde da Boa Vista com a Padre Inglês. Depois de uma desastrada intervenção federal, fechou em 2001. As carcaças de três dos seus Boeings 767 ficaram estacionados por muitos anos no Aeroporto de Brasília.

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