As conclusões do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), divulgadas recentemente, trouxeram, mais uma vez, indicadores não muito animadores sobre o desempenho dos estudantes brasileiros, particularmente para o Ensino Médio. Além da quantidade de alunos entre 15 e 17 anos de idade matriculadas no Ensino Médio ser baixa, apenas 63%, os resultados de aprendizagem medidos pelo SAEB (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) mostram que 70% dos estudantes apresentaram performances insuficientes.

Porém, se não conseguimos ver avanços nos números nacionais, ao destrincharmos os dados, nos deparamos com realidades mais promissoras. Esse é o caso de Pernambuco.

Ao analisar a variação na nota da Prova Brasil para o Ensino Médio, observa-se que ele é o estado que apresenta o maior crescimento nos resultados desde 2011. Em relação ao IDEB (índice composto pelo resultado da Prova Brasil e fluxo escolar), Pernambuco passou de 18º colocado em 2005 para 3º colocado em 2017. Também é o estado que demonstra maior equidade entre os estudantes em termos de aprendizagem.

Afinal, o que Pernambuco tem feito para produzir avanços tão singulares?

O estado tem, há mais de 10 anos, consistentemente ampliado sua oferta de educação em tempo integral para o Ensino Médio. A metodologia do estado fundamenta-se na concepção da educação interdimensional, direcionada para a formação do jovem autônomo, competente, solidário e produtivo. A matriz curricular integrada entre a base nacional comum e a parte diversificada, organizada em uma jornada escolar expandida de 9h por dia, promove uma proposta pedagógica inovadora e focada no desenvolvimento dos jovens.

A portaria do MEC, divulgada na semana passada, endossa e fortalece essa política pública ao destinar R$ 200 milhões para a implantação do modelo em todo o Brasil.

Ainda há muito o que avançar, mas a educação integral se apresenta como uma proposta potente para progredirmos em todo o Brasil. 

* Pesquisadora no Instituto Natura