REUNIÕES
Lula viaja para Rússia e China com reuniões previstas com Putin e Xi Jinping
Na sexta-feira (9), o presidente assistirá à parada militar na Praça Vermelha de Moscou, em comemoração dos 80 anos da rendição da Alemanha nazistaPublicado em: 06/05/2025 18:44 | Atualizado em: 06/05/2025 18:46
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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (foto: Ricardo Stuckert/PR) |
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja nesta terça-feira (6) para Rússia e China, onde se reunirá respectivamente com Vladimir Putin e Xi Jinping, em um cenário internacional transformado com o retorno de Donald Trump e sua guerra comercial.
Lula assistirá à parada militar na sexta-feira na Praça Vermelha de Moscou em comemoração dos 80 anos da rendição da Alemanha nazista diante dos soviéticos.
O Kremlin anunciou que 29 mandatários estrangeiros, incluindo Xi e o cubano Miguel Díaz-Canel, estarão presentes.
A cerimônia deve ter um ambiente pesado: espera-se que Putin utilize o seu discurso para justificar a ofensiva lançada por Moscou na Ucrânia em fevereiro de 2022, que provocou dezenas de milhares de mortos.
Para a ocasião, Putin ordenou este ano um cessar-fogo unilateral de 8 a 10 de maio.
Diplomatas do Itamaraty estimam que a reunião bilateral entre Lula e Putin será uma "oportunidade para uma conversa" sobre a Ucrânia, após as tentativas infrutíferas do presidente brasileiro de impulsionar um plano alternativo de paz junto com a China.
"O Brasil é um país que busca a paz, buscar ter um diálogo com a Rússia em vários assuntos", disse a jornalistas o secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, Eduardo Paes Saboia, que ressaltou também que há "uma interlocução com a Ucrânia".
O diplomata ressaltou que o Brasil defende a "integridade territorial", um tema chave na eventual solução do conflito já que tropas russas ocupam amplas áreas do território ucraniano.
Nos atos em Moscou, dirigentes de outros países como Burkina Faso e Bósnia se unirão aos aliados tradicionais da Rússia na Ásia Central, entre outros.
"Lula é um dos poucos convidados democratas para o espetáculo", destacou para a AFP Maurício Santoro, cientista político do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha.
Lula seguirá depois para Pequim, de 11 a 13 de maio, onde seu compromisso principal será uma visita de Estado, depois do encontro com Xi em Brasília em novembro.
Os dois países, membros do Brics, reforçaram recentemente a sintonia em oposição ao protecionismo comercial de Trump.
Também os laços econômicos e comerciais: com 160 bilhões de dólares em intercâmbio bilateral em 2023, a China é o maior parceiro comercial do Brasil.
Em Pequim, Lula também participará do IV Fórum entre China e Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Os latino-americanos impulsionam uma candidatura da região para ocupar o cargo de secretário-geral da ONU, quando a vaga estiver aberta em 2027.