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Foto: Ricardo Stuckert/PR |
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu contraparte chinês, Xi Jinping, chegaram a Moscou, nesta quarta-feira (7), para o 80º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista, e vão aproveitar a visita - assim como o venezuelano, Nicolás Maduro, e o cubano, Miguel Diaz-Canel - para se reunir com o anfitrião, Vladimir Putin.
A Praça Vermelha de Moscou será o cenário de uma grande parada militar na sexta-feira, da qual vão participar cerca de 30 dirigentes.
Putin se reuniu nesta quarta com Maduro, com quem assinou um "tratado de associação estratégica" por um período de dez anos. Mais tarde está previsto um encontro com Diaz-Canel.
Na sexta-feira, o encontro com Lula será uma "oportunidade para uma conversa" sobre a Ucrânia, após as tentativas infrutíferas do presidente brasileiro para impulsionar um plano alternativo de paz em conjunto com a China, segundo diplomatas brasileiros.
O presidente chinês também vai abordar o conflito na Ucrânia e as relações com os Estados Unidos na quinta-feira, em outra reunião bilateral com Putin.
A reunião ocorre em um momento de aparente estagnação nos esforços para pôr fim às hostilidades na Ucrânia e em plena guerra comercial entre Washington e Pequim.
O chefe do Kremlin rejeitou uma trégua de 30 dias proposta por Kiev e anunciou em seu lugar um cessar-fogo unilateral de quinta a sábado, descartado pela Ucrânia.
O assessor diplomático do Kremlin, Yuri Ushakov, informou a jornalistas que Xi e Putin vão adotar duas declarações conjuntas, uma sobre as relações bilaterais e outra sobre a "estabilidade estratégica mundial".
Antes do encontro, Xi pediu para "rejeitar qualquer tentativa de perturbar ou minar a amizade e a confiança mútua" entre os dois países, segundo a agência oficial de imprensa Xinhua, que citou um artigo do dirigente chinês, publicado em um jornal russo nesta quarta.
"Com a determinação e a resiliência da cooperação estratégica sino-russa, temos que trabalhar juntos para promover um mundo multipolar e construir uma comunidade de destino para a humanidade", enfatizou Xi.
As declarações destacam a aliança das duas potências frente aos ocidentais e à guerra comercial lançada pelo governo Trump, com sobretaxas direcionadas à China.
- Proximidade crescente -
Mais de uma centena de soldados chineses vão participar do desfile na sexta-feira, apesar de a Ucrânia ter advertido que verá qualquer participação estrangeira como "um apoio ao Estado agressor" russo.
A Segunda Guerra Mundial, que a Rússia chama de "Grande Guerra Patriótica", teve um impacto devastador sobre a antiga União Soviética, onde morreram mais de 20 milhões de pessoas.
Putin transformou o dia 9 de maio no principal feriado russo e apresentou seu exército como um grande combatente contra o fascismo, traçando paralelos entre a ofensiva contra a Ucrânia e a luta contra os nazistas.
A China, por sua vez, diz ser um ator neutro no conflito que se arrasta há três anos, embora os países ocidentais indiquem que sua proximidade com a Rússia forneceu apoio econômico e diplomático crucial para Moscou.
Em abril, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, acusou a China de fornecer armas à Rússia e afirmou que Pequim sabia de pelo menos 155 chineses lutando ao lado das forças russas.
Pequim negou que seus cidadãos estejam sendo recrutados em massa pela Rússia e pediu aos chineses que não se envolvam no conflito. Também rejeitou a versão de que fornece armas para qualquer lado do conflito.
No entanto, China e Rússia fortaleceram seus laços na última década. Pequim se tornou o principal parceiro comercial de Moscou, que enfrenta sanções ocidentais.
Já a Rússia é o quinto maior parceiro comercial da China, que depende muito do seu gás natural e petróleo.
As empresas chinesas rapidamente preencheram