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Foto: Sylara Silverio |
Imagens imersivas tentam decifrar o complexo universo dos sonhos no psicodélico Criaturas da Mente, documentário dirigido pelo pernambucano Marcelo Gomes, que lançou 20 anos atrás o clássico Cinema Aspirinas e Urubus.
Exibido pela primeira vez na abertura do 57º Festival de Brasília, ano passado, o longa que chega hoje aos cinemas do Recife mostra a jornada do neurocientista Sidarta Ribeiro em busca de compreender o mundo do inconsciente, utilizando fontes de conhecimento científico e, sobretudo, dos saberes ancestrais de povos originários e de culturas afrodescendentes.
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Foto: Sylara Silverio |
Como o próprio filme explica nos seus primeiros minutos, a produção nasceu durante a preparação de um outro trabalho de Marcelo (Retrato de um Certo Oriente, lançado em 2024), que teve de ser paralizado por conta da pandemia. O ponto de partida foi o fato de o cineasta ter passado muito tempo sem conseguir sonhar — ou lembrar dos seus sonhos.
O resultado é um bonito diálogo entre a abstração do universo onírico e as próprias memórias filmográficas do diretor, que reúne trechos de alguns de seus projetos anteriores para mostrar como, de alguma forma, seu processo criativo sempre foi revelador de um poderoso subconsciente.
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“Eu tinha dificuldade de entender o conceito das criaturas da mente, mas quando mandei para Sidarta um trecho do meu primeiro filme, o curta Maracatu, Maracatus, ele me mostrou como tudo o que a gente vinha conversando estava ali naquele transe que filmei”, explica Marcelo em entrevista exclusiva ao Viver. “Entendi que a melhor forma de assimilar as ideias dele seria acessando meu próprio cinema. Tem momentos em que você está escrevendo um roteiro e os diálogos vêm de lugares inimagináveis. Esses personagens são justamente essas criaturas”.
O documentário abraça o desafio de filmar várias cenas 16 mm para criar a sensação de algo que não é palpável, mas completamente real. E, ao valorizar a importância dos conhecimentos que fogem dos saberes eurocêntricos, Criaturas da Mente convida o espectador a prestar atenção às suas próprias constelações e conexões, tanto cerebrais quanto espirituais.
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