Música Jaloo fala sobre show no Recife e música independente: 'Tem que fazer bem feito' Paraense é expoente do sci-fi brega e integra a programação do Festival No Ar Coquetel Molotov

Por: Larissa Lins - Diario de Pernambuco

Publicado em: 21/10/2016 17:21 Atualizado em: 20/10/2016 18:15

Jaloo se apropria de diferentes plataformas para alcançar o público com seu sci-fi brega. Foto: Junior Franch/Divulgação
Jaloo se apropria de diferentes plataformas para alcançar o público com seu sci-fi brega. Foto: Junior Franch/Divulgação

Radicado em São Paulo, o paraense Jaime se transformou em Jaloo. Ícone do sci-fi brega, ele se apresenta na capital pernambucana durante o Festival No Ar Coquetel Molotov - sobe ao palco Sonic às 21h10 - neste sábado (22), na Coudelaria Souza Leão, na Várzea.

Confira o roteiro de shows do Divirta-se

Em entrevista ao Viver, Jaloo falou sobre o cenário da música independente na atualidade e os desafios de contemplar diferentes plataformas de comunicação com o público. Enquanto desenvolve a turnê do disco de estreia, #1, Jaloo planeja o lançamento de novo álbum no ano que vem. Confira:

ENTREVISTA: Jaloo, músico

Jaloo é a persona artística do paraense Jaime. Foto: Facebook/Reprodução
Jaloo é a persona artística do paraense Jaime. Foto: Facebook/Reprodução
Como será montado o repertório do show no Recife?

As músicas do disco #1, meu álbum de estreia, serão prioridade. Esse show é totalmente focado no primeiro disco. Mas numa versão totalmente amadurecida. É o melhor momento de fazê-lo, até porque eu ainda não apresentei o disco no Recife.

Quantas vezes já veio à capital pernambucana? Conhece artistas locais, há algum que admire mais especialmente?
Já fui ao Recife umas duas ou três vezes. Conheço algumas pessoas, tenho contato com Catarina Dee Jah, que é pernambucana. A gente se encontrava em São Paulo, onde moro há cinco anos. Faz algum tempo que não temos contato, mas é uma referência minha no estado.

Hoje você se sente mais Jaloo do que Jaime?
Sim. Mas depende. Jaloo é minha persona artística. Jaime é a pessoa do RG, é quem paga as contas. Jaloo existe no âmbito artistico, no palco, numa entrevista...

Vai acompanhar algum outro show do Molotov?
Vou acompanhar o festival no geral, mas eu quero muito ver Céu e BaianaSystem.

Seu trabalho tem grande cuidado/preciosismo estético. Qual a importância dessa preocupação para a música?
É fundamental. Eu não consigo trabalhar sem planejar todos os detalhes. Não gosto de deixar nas mãos de outras pessoas que não saibam o quão importante esse trabalho está sendo. Eu mesmo faço a minha maquiagem, escolho o meu figurino. Me preparo em meia hora, uma hora. É rápido. Mando fazer as roupas, mesmo porque eu adoro essa cultura da costureira, de fazer desenho. Meu diretor artístico, Victor Nunes, foi quem dirigiu os clipes comigo. Ele me ajuda a tomar essas decisões. Nós desenhamos juntos as roupas, depois mandamos fazer. Adoro trabalhar assim, porque é mais familiar, o controle é maior, não existe aquela coisa de assinar figurino de celebridade. Não sou do tipo de artista que se importa com essas coisas.



Como vê a música independente na cena atual? Há mais espaço do que quando você começou a carreira?
Ainda é difícil... A maior dificuldade para esse tipo de artista é falta de empenho. É preciso ter noção do quanto essas coisas são importantes. É preciso ter foco, planejamento, disciplina, apresentar cada vez mais materiais, em diferentes plataformas, e fazer tudo bem feito. Independência não é amadorismo. Você não vai fazer uma música e vê-la se espalhar como um vírus. Faço videoclipes porque sei que o público quer muito material. O clipe faz parte dessa multiplicidade da comunicação. Gravar bem gravado, fazer bem feito, não fazer de qualquer jeito. Tem que fazer bem feito. Entre fazer mal feito e não fazer, prefiro não fazer.

Sua fama teve origem no ambiente virtual. Prefere os videoclipes ou o palco?

No começo, eu tinha muito mais prazer em produzir. Fazia shows porque é isso que garante o sustento dos artistas. Mas o meu lugar de conforto era o computador, era estar fazendo e produzindo música, naquele ambiente. Depois de um ano de turnê, me acostumei. Faço dois shows por fim de semana, em média. E agora eu fico triste se estou em casa.

Como é sua relação com o público recifense?

Tem um pessoal aí que gosta bastante. Está acontecendo uma coisa surpreendente. Toquei aí em 2014. Canto e toco minhas músicas e as pessoas cantam comigo. Elas conhecem meu trabalho.


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