Música Novo disco de Maciel Salú explora a rabeca do forró à cumbia Artista olindense lança quarto disco solo Baile da Rabeca em show na Casa Astral, neste sábado

Por: Larissa Lins - Diario de Pernambuco

Publicado em: 14/05/2016 13:40 Atualizado em:

Entre forró, cumbia, samba, xote, coco e marchinha, o olindense herdeiro da Família Salu emprega a rabeca em todas as faixas do novo álbum. Foto: Alcione Ferreira/Divulgação
Entre forró, cumbia, samba, xote, coco e marchinha, o olindense herdeiro da Família Salu emprega a rabeca em todas as faixas do novo álbum. Foto: Alcione Ferreira/Divulgação

Maciel Salu precisava somente de uma mão para contar os anos de idade quando seu avô João Salustiano lhe falou, pela primeira vez, sobre a festa de casamento com Maria Tertonila, avó do menino. O noivo, rabequeiro, tocara para os convidados noite adentro, transformando a festa no que chamaria mais tarde de “baile de rabeca”. Criado em meio a folguedos populares genuinamente pernambucanos, entre maracatus e rodas de cavalo-marinho, Maciel manteve a expressão entalhada na memória. Lança mão dela, neste sábado (14), ao apresentar o quarto disco solo, o primeiro em seis anos, Baile de rabeca (Independente, R$ 20), com show na Casa Astral, no Poço da Panela, Zona Norte do Recife.

Confira o roteiro de shows no Divirta-se

Entre forró, cumbia, samba, xote, coco e marchinha, o olindense herdeiro da Família Salu emprega a rabeca em todas as faixas do novo álbum, se apropriando de efeitos eletrônicos de pedais para equilibrar barroco e contemporâneo. “É o mais dançante dos meus trabalhos”, classifica o músico, que propõe escuta sequenciada do disco, faixa a faixa. “É uma fileira, uma sequência. É para o povo dançar do começo ao fim, para lavar a alma.” No repertório, Tempo que não volta mais, Cadê o rabequeiro?, Vendedor ambulante e Laço de amor - a última, em homenagem a esposa, Rute Pajeú, que dança esvoaçante na capa do disco.
Passados seis anos desde o último disco (Mundo), tempo dedicado ao amadurecimento das melodias e composições, Maciel Salu se esquiva de rótulos. 

"Não quero chamar minha música de regional, porque ela não pertence a um único lugar. A música é sempre universal”, argumenta, embora estabelecendo as raízes em tempo e espaço definidos: associa a gênese da popularização da rabeca ao início dos anos 1990, e suas inspirações à infância compartilhada entre Olinda e a Zona da Mata pernambucana. “Baile de rabeca homenageia Nossa Senhora da Conceição, de quem sou devoto. Mas é dedicado aos meus avós. O casamento deles foi o verdadeiro baile de rabeca, minha inspiração”, esclarece Salu.

Serviço
Show de lançamento de Baile de rabeca, de Maciel Salú
Quando: Sábado (14), às 17h
Onde: Casa Astral (Rua Joaquim Xavier de Andrade, 104, Poço da Panela)
Quanto: R$ 15 (antecipado no Eventick) e R$ 20 (na bilheteria do local). O combo CD Baile de Rabeca + Ingresso custa R
Informações: 99606-7758 ou grao.pe@gmail.com

DEPOIMENTO
"Evoluímos. Em comparação aos anos 1990, a rabeca hoje tem mais espaço. Há mais bandas influenciadas pelo movimento de rabeca, além de haver muita gente produzindo o instrumento com propriedade. Surgiram novos artesãos de rabeca, novos músicos. Os anos 1990 serviram para popularizar o instrumento, com bandas como a Mestre Ambrósio e a Chão e chinelo"
Maciel Salu, músico


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