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Brasil, mostra tua cara (parte 2)

Luiz Carlos de Barros Figueirêdo
Desembargador do TJPE

Publicado em: 06/05/2025 03:00 Atualizado em: 05/05/2025 22:45

Quinta-feira, 25 de abril deste ano. Conversando com amigos sobre o avanço crescente do crime organizado no Brasil — em todos os segmentos, públicos e privados —, do nada resolvi bancar o “Pai Diná”, valendo-me, mais uma vez, do futebol, tema que nem fazia parte daquela conversa.

Disse algo mais ou menos assim:

“Vejam a influência dessas bets nos resultados dos jogos. É muito jogador — craque ou cabeça de bagre — forçando cartão amarelo; resultados malucos; árbitros, tanto de campo quanto do VAR, cometendo erros absurdos e alterando os placares das partidas.”

Completei:

“Estou com um palpite de que, em um dos próximos jogos do Sport, vai acontecer um erro grosseiro. Só que, desta vez, a favor do Leão da Ilha, que foi garfado em quatro jogos seguidos.”

Um dos amigos estranhou minha opinião, e eu esclareci:

“É para colocar tudo na vala comum da baixa qualidade das arbitragens brasileiras — erros supostamente involuntários —, tirando o foco da safadeza e da manipulação dos resultados.”

Bingo! Veio mais rápido do que eu pensava. E agora, depois do ocorrido, tudo faz sentido. O prejudicado foi outro clube nordestino. Basta, agora, reacender a velha tese de que nós, nordestinos, somos chorões e vitimistas de uma perseguição sudestina.

A verdade é que eles não querem 25% da Série A composta por clubes do Nordeste. Os motivos? A distância dos centros político-econômicos do país; o aumento das despesas com passagens e hospedagens em regiões turísticas; e o fato de haver menos apostadores de bets por aqui. Quanto ao jogo, não há o que discutir: o Fortaleza foi acintosamente prejudicado. Ponto final.

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