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Piedade

''Chorei muito quando desabou. Chorei por livramento'', diz moradora de prédio que caiu em Jaboatão

Parte do Edifício Kátia Melo, em Piedade, desabou na manhã desta terça-feira (6) menos de 48h aós ser interditado pela Defesa Civil

Publicado em: 06/05/2025 14:34 | Atualizado em: 06/05/2025 15:59

 (Marília Parente/DP
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Marília Parente/DP
Moradores do Edifício Kátia Melo, prédio do tipo caixão em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, precisaram deixar o local às pressas após a Defesa Civil decidir interditar o imóvel no último domingo (4). Parte da estrutura desabou menos de 48 horas depois do comunicado.

Inquilina do apartamento 201, onde morava há três anos, a aposentada Alneide Maria de Lira relata ter se desesperado para conseguir levar seus móveis até a casa de uma amiga. “Eu chorei muito quando soube que tinha desabado. Chorei por livramento”, conta, ao Diario de Pernambuco.

O prédio-caixão fica na Rua Joaquim Marques de Jesus, em Piedade. Segundo a aposentada, ela recentemente havia contratado um serralheiro para consertar um portão de ferro emperrado na sua unidade. Foi o profissional quem teria feito o primeiro alerta sobre os riscos de desabamento do imóvel.  

“Ele disse que aquele problema era comum em edifícios que estavam cedendo. Falei com uma vizinha e ela contou que estava com o mesmo problema”, afirma Alneide. “No domingo, a porta de ninguém abria”.

Ela e a filha chegaram a ficar presas dentro de casa, conseguindo sair após outros vizinhos removerem a cerâmica, segundo relata. “Os proprietários do apartamento acionaram a síndica que chamou dois engenheiros, que chamaram a Defesa Civil e o prédio foi interditado”. 

Após parte da estrutura ceder, por volta das 10h50 desta terça-feira (6), a Defesa Civil de Jaboatão também informou, em nota, que recomendou a desocupação temporária de vizinhos. Uma das pessoas afetadas é a bancária Carla Pimentel, que mora na casa vizinha ao edifício.

No momento da queda, ela estava no trabalho e recebeu a notícia através da irmã. “Ontem um engenheiro da Defesa Civil disse que minha casa não estava sob risco. Mas, por precaução, não podemos entrar em casa”, diz.

Ao saber do risco, a mãe de Carla foi levada para a casa de uma amiga. A bancária também ficou abrigada na vizinhança. “Eu só pensei em meu cachorro. Eu corri para buscá-lo, peguei um balde de água para ele beber e saí. Estou em choque”. 

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