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Sem Bolsonaro no trio, ato por anistia terá comando de Michelle, Nikolas e Malafaia

O ato começa às 16 horas, na Torre de TV de Brasília

Publicado em: 07/05/2025 15:45 | Atualizado em: 07/05/2025 15:51

Os participantes vão marchar até a Avenida José Sarney, a penúltima avenida antes do Congresso Nacional (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Os participantes vão marchar até a Avenida José Sarney, a penúltima avenida antes do Congresso Nacional (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil )

O ato pró-anistia convocado por Jair Bolsonaro (PL) programado para o centro de Brasília na tarde desta quarta-feira, 7, terá uma participação discreta do ex-presidente, que se recupera de uma cirurgia no intestino que o fez ficar 22 dias internado. Com isso, o evento será comandado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e pelo pastor evangélico Silas Malafaia.

 

Essa será a primeira manifestação bolsonarista em Brasília desde a que culminou na depredação dos prédios dos Três Poderes, em 8 de Janeiro de 2023. O mote do ato é justamente o perdão aos condenados no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo vandalismo em Brasília.

 

O ato começa às 16 horas, na Torre de TV de Brasília. Os participantes vão marchar até a Avenida José Sarney, a penúltima avenida antes do Congresso Nacional. As autoridades, por sua vez estarão em um trio elétrico.

 

Na Avenida José Sarney, que fica entre o Ministério da Justiça e o Palácio do Itamaraty, serão colocados gradis para impedir que os bolsonaristas avancem até os prédios dos Três Poderes. A distância percorrida no centro de Brasília será de aproximadamente três quilômetros.

 

Até a véspera do ato, a presença de Bolsonaro era incerta. Ele recebeu alta do Hospital DF Star, no domingo, 4, e disse que estaria no ato se "a saúde permitisse". Em entrevista à Revista Oeste na noite desta terça-feira, 6, o ex-presidente disse que quer fazer uma aparição rápida, em um carro, onde acenará para apoiadores.

 

"Eu pretendo fazer, talvez faça, por volta das 16 horas, comparecer à Torre de TV, de dentro do carro, abrir o vidro, saudar a população e voltar para casa. Talvez eu consiga fazer isso aí, porque eu não posso correr o risco de receber um abraço apertado ali ou um empurrão", disse Bolsonaro ao programa Oeste Sem Filtro.

 

Sem Bolsonaro, os principais discursos do ato serão feitos por Nikolas, Malafaia e Michelle. Ao Estadão, o pastor evangélico disse que fará uma fala para pressionar os deputados federais a votarem a anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro e elogiar o ministro do STF Luiz Fux. Recentemente, Fux tem apresentado contrapontos ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito da tentativa de golpe.

 

Além deles, também devem discursar os deputados Gustavo Gayer (PL-GO) e o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ). Os senadores Magno Malta (PL-ES), Eduardo Girão (Novo-CE) e Damares Alves (Republicanos-DF) também devem falar.

 

Outros deputados confirmados que podem fazer discursos no trio elétrico são Eros Biondini (PL-MG), Sargento Fahur (PSD-PR), Marco Feliciano (PL-SP) e Maurício do Vôlei (PL-MG).

 

Diferentemente dos outros atos convocados pelo ex-presidente, a marcha ocorrerá em um dia de semana, o que motivará desfalques de autoridades como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

 

Como mostrou o Estadão, em reunião na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), os organizadores do ato variaram o número de participantes do ato entre 2,5 mil e cinco mil pessoas.

 

Na reunião da SSP-DF, ficou definido que três das seis faixas de uma via do Eixo Monumental e da Esplanada dos Ministérios serão fechadas devido ao ato.

 

Duas faixas serão destinadas aos participantes do ato, enquanto outra será reservada para o fluxo dos veículos da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF). As restantes poderão ser utilizadas por motoristas.

 

O ato desta quarta será a primeira vez em que manifestantes bolsonaristas se reúnem em Brasília desde os atos de 8 de Janeiro. A manifestação busca pressionar o Congresso Nacional a votar o projeto de anistia aos condenados pela depredação, que contém brechas que podem beneficiar Bolsonaro.

 

A convocação de Bolsonaro ocorreu no mesmo dia em que foi noticiado que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, preparou um projeto de lei alternativo para reduzir a pena dos envolvidos no 8 de Janeiro. O texto de Alcolumbre, porém, aumenta a punição para os mentores da trama golpista.


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