Se ligaê Baby do Brasil, Rogério Flausino e Sergio Mendes se unem em um dos hinos das Olimpíadas Lançada em players digitais a partir desta sexta-feira (10), a música Se ligaê acaba de chegar às rádios unindo três gerações de artistas da música brasileira

Por: Ed Wanderley - Diario de Pernambuco

Publicado em: 09/06/2016 10:50 Atualizado em:

Gravação reúne três gerações da música brasileira. Foto: Guto Costa
Gravação reúne três gerações da música brasileira. Foto: Guto Costa

Com um samba-funk sintetizado moderno, com raízes mais clássicas do samba carioca, três gerações de vozes da música brasileira entoam: “sou brasileiro e abro os braços pra você”. A mensagem não poderia beber mais no conceito de “alegres pela própria natureza” e, ao mesmo tempo, mais condizente com o clima de “vem pra rua” que tornou em quase uma festa cega todo o momento político em que o Brasil mergulhou desde 2013.

Mas a confluência do projeto Se ligaê, que chega aos players digitais nesta sexta (10) e acaba de tocar nas rádios é caracterizada pela própria escolha dos intérpretes, de três gerações e estilos bem distintos: o músico e instrumentista, com 50 anos de carreira – mais internacional que brasileira -, Sergio Mendes une-se a Baby do Brasil, que encontra seu lugar de volta aos palcos em carreira solo e com o grupo Novos Baianos, e ainda ao caçula do projeto, Rogério Flasino, frontman da banda pop Jota Quest.

Se musicalmente não poderiam ser mais diferentes, os três artistas concordam em um ponto. “Isso está acontecendo num momento excelente. A bomba tá fervendo e a nova geração está assistindo a tudo isso. É um desejo de mudança e, como Einstein dizia 'Pensamento é matéria'. Acredito que as dores do parto até já passaram”, afirma Baby, com a concordância dos dois parceiros na canção. “É uma música descomplicada, despretensiosa, como a vida tem que ser. E ela nasceu bem antes de toda essa bagunça que está acontecendo”, completa Flausino. Talvez seja isso que o trecho “com a garantia que a gente chega lá” inspire com tanta força numa das estrofes da cançao, ainda que não saibam explicar, de fato, onde é esse tal “lá” ou em quanto tempo a maré comece a virar.

É com a mensagem do brasileiro “feliz” e cheio e vitalidade que o trio quer recepcionar o público internacional que acompanhará os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. E se essa tal alegria é esteriotipada no imaginário coletivo internacional, isso não chega a ser um problema para os envolvidos na canção.

“Eu sou o cara da melodia e vivemos um momento pouco melódico no mundo. É ela que fica na alma. Por isso que Mas que nada foi gravada há 50 anos e voltou a fazer sucesso quando a regravei com os Black Eyed Peas. É o que falta na música hoje e Se ligaê tem essa melodia, que não precisa de tradução”, resume Mendes.

Bbay do Brasil fez fama como vocalista dos Novos Baianos. Foto: Guto Costa
Bbay do Brasil fez fama como vocalista dos Novos Baianos. Foto: Guto Costa


E apesar do timing, Flausino diz que a pretensão não seria, de fato, virar o tema das Olimpíadas. “Não viemos fazer um hino. Um hino não se faz assim. Ele se transforma em”, garante Flausino. Por enquanto, apenas um remix está previsto, sem planos concretos de versões em outras línguas da canção.
 
De autoria de Rogê, Pretinho da Serrinha e Leandro Fab – trio que chama a atenção, em especial, com os trabalhos desenvolvidos com Seu Jorge, a canção já tem um making of disponível na web e o videoclipe, dirigido por Bruno Murtinho (de O salto, de O Rappa), será lançado nos próximos dias de junho. “Era um desafio escalar letra e artistas que representassem a expressividade do povo brasileiro e agradar diferentes públicos não é fácil. Queríamos que fosse inusitado, que tivéssemos um líder que falasse com a juventude e uma mulher com a mesma expressividade. Acabou dando liga e foi mágico, como se estivesse predestinado a acontecer”, resume o executivo Afonso Carvalho, da Musickeria, responsável pelo lançamento da canção.



O público, no entanto, terá que esperar um pouco mais. A agenda apertada dos artistas e a, por enquanto incerta, recepção do público ainda não abriram espaço para apresentações ao vivo do trio – cerimônias de abertura ou fechamento, então, nem se cogita por enquanto. Ainda está tudo no campo do “tudo pode acontecer”. E depois e juntar três artistas tão distintos quanto distantes não é difícil acreditar que “tudo” é um conceito bem amplo...



Se ligaê - 3'10”
(Rogê, Pretinho da Serrinha e Leandro Fab)

A gente acorda todo dia e vai à luta,
Não tem medo da disputa,
A gente quer participar.
Ser brasileiro é não perder a alegria,
100% garantia
Que a gente chega lá.

Ê, se ligaê,
Sou brasileiro
E no balanço eu vou dizer.
Ê, se ligaê,
Sou brasileiro
E abro os braços pra você.

Sou carioca, sou gaúcho sou baiano,
Goiano, pernambucano,
Capixaba, potiguar.
Eu sou paulista, paraense, sou mineiro,

Eu sou o Brasil inteiro,
Quem quiser pode chegar.

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