Pesquisa Pesquisa do IBGE mostra queda de quase 50% no número de municípios com video-locadoras em Pernambuco Dados foram divulgados no resultado da Estadic/Munic 2014, lançado nesta segunda-feira

Publicado em: 14/12/2015 16:00 Atualizado em: 14/12/2015 19:08


De 140 municípios com vídeo-locadoras registrados em 2012, apenas 85 continuam. Foto: Nando Chiappeta/DP
De 140 municípios com vídeo-locadoras registrados em 2012, apenas 85 continuam. Foto: Nando Chiappeta/DP

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta segunda-feira (14), o resultado da Pesquisa de Informações Básicas Estaduais de 2014. Os números revelaram um aumento no número de municípios brasileiros com acesso a TV aberta e internet, em contraste com a diminuição no número de livrarias. Pernambuco se destacou pela produção audiovisual, com 54 filmes realizados com apoio do estado. Os dados de 2014 mostram que 24 dos 27 estados e 6% dos 5.570 municípios apoiaram a produção de 1.849 filmes, tendo como destaques também os estados do Rio Grande do Sul (60 filmes) e São Paulo (42 filmes).

Dos 185 municípios do estado, 19 contam com espaços de cinema, 85 ainda têm vídeo-locadoras, 83 possuem lojas de disco, 44 possuem livrarias, 12 possuem galerias de arte e 30 possuem pontos de leitura. As ausências mais chamativas nos dados no Brasil inteiro são as de vídeo-locadoras, prejudicadas pelos serviços de streaming como Netflix e sites piratas como Mega Filmes HD (removido pela Polícia Federal). No Brasil, o número passou de 82% dos municípios (2006) para 53,7% em 2014; e também das lojas de discos, CDs, fitas e DVDs (de 59,8% para 40,4% dos municípios, no mesmo período). O contraste entre o número de vídeo-locadoras no estado chega a ser gritante. Na pesquisa de 2012, 140 municípios possuiam locadoras, em 2014, o número caiu para 85, quase 50% dos estabelecimentos fechados.

 

Outro contraste é o número de municipios pernambucanos que possuem livrarias (44) com os que possuem bibliotecas públicas (176).

 

No país inteiro, a proporção de cidades com bibliotecas públicas subiu de 76,3% para 97,1%, de 1999 a 2014. Por outro lado, no mesmo período, caiu de 35,5% para 27,4% o número de cidades com livrarias.

Conforme a pesquisa, o sinal aberto de TV continua sendo “o maior meio de acesso aos conteúdos culturais”, ao estar presente em 99% dos municípios, em 2014. No mesmo ano, apenas 12,1% dos municípios tinham produção local de programas de TV, em 1999, era 9,1%. O IBGE constatou alta no acesso à internet por meio de provedores (presentes em 65,5% dos municípios) e lan houses (82,4% dos municípios). No caso dos provedores, o percentual era 16,4% em 1999. Em relação às lan houses, o dado era 80,7% em 2012 (ano em que o dado passou a ser coletado).

“Os dados melhoraram como fruto de uma política pública adotada pelo governo em 2003, mas ainda são incipientes e atestam a gravidade da situação do acesso à cultura no Brasil. Menos de 10% dos brasileiros entraram alguma vez em um museu, pouco mais 13% vão ao cinema com alguma regularidade e a média per capita de leitura do brasileiro ainda é de apenas 1,7 livro”, disse o ministro da Cultura, Juca Ferreira, que acompanhou a divulgação da pesquisa.


O ministro destacou que quando comparado com outros países da América do Sul - como a Argentina, o Uruguai e o Paraguai, o nível cultural brasileiro é menor. “Mesmo quando comparado com outros países sul- americanos, sempre fomos muito desleixados do ponto de vista cultural com a população. E é por isso que, desde 2003, estamos desenvolvendo políticas voltadas para colocar a cultura como um direito básico da população, como é a comida, a habitação e a saúde. Agora, há que se ressaltar que a gente trabalha com poucos recursos. E qualquer política pública implica necessariamente na liberação de mais recurso para o setor”, disse.

 



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