Cultura
No centenário do Teatro do Parque, artistas protestam contra o fechamento do local
Faixas de protesto, velas e uma coroa de flores marcaram velório simbólico do espaço, fechado desde 2010. Prefeitura afirma que reforma estará pronta em 2016
Por: Isabelle Barros
Publicado em: 25/08/2015 09:40 Atualizado em:
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O 24 de agosto, que deveria ter sido de comemoração, tornou-se data para lembrar a falta que o equipamento cultural faz à cidade. Foto: Nando Chiappetta/DP/D.A Press |
Faixas de protesto, velas e uma coroa de flores foram a decoração que o Teatro do Parque recebeu no dia do centenário. O 24 de agosto, que deveria ser de comemoração, se tornou uma data para lembrar a falta que o equipamento cultural faz para a cidade - assim como outros espaços do Recife cujo funcionamento pleno está prejudicado. Ao longo do dia e até o início da noite, a calçada do cineteatro recebeu músicos, poetas, atores, diretores e cidadãos que passavam para reclamar da demora na entrega do espaço à cidade. Performances, projeções e apresentações musicais levaram para a rua o que poderia ter sido mostrado dentro do Parque, caso ele estivesse aberto à população. A reforma do local, administrado pela Prefeitura do Recife, começou em janeiro deste ano e está prevista para terminar em novembro de 2016.
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Roberto Xavier, presidente da Federação de Teatro de Pernambuco (Feteape), afirma que a mobilização para pressionar o Executivo Municipal não vai se encerrar com o aniversário do teatro. “Vamos levar artistas para a prefeitura e cobrar resultados”.
Em 2013 e 2014, o aniversário do Teatro do Parque também serviu como mote para protestos contra o fechamento do espaço. Foi criado o Movimento Ocuparque, que ajudou a colocar a reabertura do equipamento cultural em pauta. Oséas Borba Neto, idealizador do Grupo João Teimoso, afirma que haverá outra mobilização no fim de semana para que mais gente possa participar. Sobre a atuação do governo municipal na reforma, sobram críticas. “A prefeitura está fazendo uma encenação para dizer que a reforma continua, mas não vemos as obras avançarem”.
A Prefeitura do Recife emitiu nota oficial sobre a atual situação do local, afirmando que a gestão atual encontrou, em 2013, o Teatro do Parque abandonado e fechado desde 2010. “No primeiro ano, foi feita uma parceria com o Centro de Estudos Avançados da Conservação Integrada (Ceci), que fez um trabalho detalhado e rigoroso para identificar os problemas do prédio, que possibilitou a realização do Edital no ano passado. Dessa forma, em 2014, o executivo municipal fez uma licitação, contratou a empresa e iniciou a reforma, aguardada há décadas, desse equipamento para a cultura da nossa cidade. O prazo para conclusão do restauro do teatro, de 24 meses, está mantido, ou seja, novembro de 2016. Com isso, o Teatro do Parque passa o centenário se preparando para mais séculos de sucesso”.
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Espaço deve ser reinaugurado em 2016. Eventos históricos incluem shows de Gilberto Gil e Mundo Livre S/A. Foto: Isabelle Barros/DP/D.A Press |
Eles agonizam
O Teatro do Parque não é o único equipamento cultural gerido pela Prefeitura do Recife que está de portas fechadas. Além das artes cênicas, artes visuais e design também sofrem com a falta de espaços para a realização de suas atividades. A respeito da situação desses locais, a prefeitura só deve se pronunciar hoje
Teatro Barreto Júnior
Há pouco mais de um ano, o Teatro Barreto Júnior, no Pina, está fechado para apresentações por conta de problemas estruturais, especialmente no ar-condicionado, que está quebrado. Por enquanto, a casa de espetáculos está aberta apenas para reuniões e ensaios e ainda não há previsão de quando o aparelho será consertado nem de quando o espaço voltará a funcionar. O teatro completa 30 anos no dia 30 de dezembro.
Centro de Formação em Artes Visuais (CFAV) e Mamam no Pátio
Os dois equipamentos culturais, voltados para as artes visuais, estão localizados no Pátio de São Pedro, em casas geminadas. No entanto, no fim de 2014, a viga de madeira do teto do CFAV caiu e isso comprometeu o funcionamento dos dois locais, já que eles compartilham a mesma estrutura. “O Mamam no Pátio funcionou até janeiro deste ano, mas chegou um momento no qual não havia mais condições de abrir o prédio para não colocar as pessoas em risco”, pontua a diretora do Mamam, Beth da Mata, ao qual o Mamam no Pátio é ligado. Ainda não há previsão para que os equipamentos culturais voltem a funcionar.
Centro de Design do Recife
O local, também sediado na casa de número 10 do Pátio de São Pedro, foi inaugurado em 2006 e, atualmente, está inativo. O prédio costumava receber exposições temporárias e comercialização de artigos de design. O site do equipamento cultural, vitrine para divulgar as atividades, está desativado.
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