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Recife é a única capital do Nordeste cuja Guarda Municipal permanecia desarmada, mesmo após o Estatuto do Desarmamento de 2003 permitir o porte de armas para guardas municipais em cidades populosas. A medida, anunciada em fevereiro de 2025, prevê que o Grupo Tático Operacional (GTO), composto por cerca de 70 agentes, seja o primeiro a portar armamento letal, acompanhado do uso de câmeras corporais para garantir transparência nas ações.
O secretário de Segurança Cidadã do Recife, Murilo Cavalcanti, anteriormente expressava ceticismo quanto à eficácia do armamento na redução da violência, enfatizando a importância de investimentos em políticas preventivas, como os Centros Comunitários da Paz (Compaz).
Contudo, a pressão política e os exemplos de outros municípios pernambucanos que adotaram o armamento de suas guardas podem ter influenciado a mudança de postura da gestão municipal. Cidades como Ipojuca, Camaragibe, Petrolina e Santa Cruz do Capibaribe já implementaram o uso de armas de fogo por suas Guardas Municipais.
Em janeiro de 2024, as prefeituras de Olinda, Cabo de Santo Agostinho e Santa Cruz do Capibaribe firmaram acordos com a Polícia Federal para iniciar o processo de armamento de seus efetivos. O Cabo de Santo Agostinho, por exemplo, estabeleceu a meta de armar 100% de seus agentes até o final de 2024, destacando uma redução de 17% nos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) no município em 2023.
A nível nacional, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que, em 2023, 30% das Guardas Municipais no Brasil utilizavam armas de fogo, um aumento em relação aos 22,4% registrados em 2019. Esse crescimento reflete uma tendência de municípios buscando fortalecer a segurança pública local por meio do armamento de suas guardas.
A decisão de armar a Guarda Municipal do Recife também foi influenciada por recentes interpretações do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a constitucionalidade da participação das guardas municipais em ações de segurança urbana, incluindo o policiamento preventivo comunitário, em cooperação com as polícias Civil e Militar.
O secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho, manifestou apoio ao armamento das Guardas Municipais, destacando que a medida pode contribuir para a segurança pública, especialmente, segundo ele, diante do déficit de policiais militares no estado.