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Sistema penitenciário

Presídio de Igarassu é parcialmente interditado após operação que apura esquema de corrupção

Portaria também suspendeu ingresso de novos detentos por 60 dias

Publicado em: 28/02/2025 18:37 | Atualizado em: 28/02/2025 18:37

 (Foto: Divulgação/SERES)
Foto: Divulgação/SERES
O Presídio de Igarassu, no Grande Recife, foi parcialmente interditado após a Operação La Catedral, deflagrada pela Polícia Federal na terça-feira (25), contra um suposto esquema de corrupção e tráfico de drogas dentro da unidade. Por causa da decisão, o ingresso de novos detentos foi suspenso por 60 dias.

A portaria conjunta foi assinada pela juíza Orleide Rosélia Nascimento Silva, da 1ª Vara Regional de Execuções Penais, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), e pelo promotor Rinaldo Jorge da Silva, da 21ª Promotoria de Justiça da Capital, do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). O documento é de quarta-feira (26).

Além da operação, a decisão cita que a população carcerária do Presídio de Igarassu soma 6 mil detentos e excede “em mais de três vezes” o número de vagas. Com isso, também há determinação para que os presos provisórios sejam transferidos, no prazo máximo de 30 dias, para cadeias de suas respectivas comarcas, exceto nos locais sem cadeia pública.

Além disso, a portaria decreta que a direção do Presídio de Igarassu informe semanalmente o número de presos à 1ª Vara Regional de Execução Penal “para avaliação posterior da medida”.

Operação La Catedral

A operação da PF mirou em um grupo de detentos e policiais penais supostamente envolvidos em uma série de crimes. Entre os alvos, estão o detento Lyferson Barbosa da Silva, conhecido como “Mago”, e o ex-diretor da unidade Charles Belarmino de Queiroz Silva.

Além deles, a Justiça também decretou a prisão preventiva de Eronildo José dos Santos, Cecília da Silva Santos, Newson Motta da Costa Neto, Everton de Melo Santana, Ernande Eduardo Freire Cavalcanti, Reginaldo Ferreira Aniceto e Ednaldo José da Silva.

Na decisão, o juiz José Romero Maciel de Aquino, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), determinou busca e apreensão no gabinete do diretor do presídio. Também foi decretado afastamento de dois servidores.

Os investigados poderão responder por tráfico e associação para o tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, corrupção, prevaricação, promoção ou facilitação de ingresso de aparelho telefônico em presídio e participação em organização criminosa.
 
Em nota sobre a operação, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernambuco (SEAP) disse que “não compactua com quaisquer atos ilícitos dentro do sistema prisional de Pernambuco, bem como desvios de conduta por parte de seus servidores”.

O Sindicato dos Policiais Penais do Sistema Penitenciário do Estado de Pernambuco (SINPOLPEN-PE) também se pronunciou: “Reiteramos nosso compromisso com a legalidade, a ética e a defesa dos direitos fundamentais, destacando que todo cidadão tem direito à presunção de inocência, conforme previsto na Constituição Federal”.

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