OBRAS DE PROTEÇÃO

Recife tem média diária de 3 obras entregues em áreas de risco de barreiras

Segundo gestão municipal, cerca de 40 mil pessoas foram beneficiadas pelas ações de proteção; investimentos chegam a quase R$ 250 milhões desde 2021

Publicado em: 24/05/2024 12:45

Ao todo, cerca de 40 mil pessoas são alcançadas pelas operações municipais, totalizando um valor de quase R$ 250 milhões investidos nos últimos três anos. (Foto: Divulgação/PCR)
Ao todo, cerca de 40 mil pessoas são alcançadas pelas operações municipais, totalizando um valor de quase R$ 250 milhões investidos nos últimos três anos. (Foto: Divulgação/PCR)
Dois anos após a maior tragédia climática já registrada na cidade, a Prefeitura do Recife (PCR) reforçou as políticas públicas e promoveu um grande conjunto de iniciativas de prevenção, com obras, ações educativas, adoção de novos protocolos e o uso de tecnologia. 

Segundo informação divulgada pela gestão municipal, nesta sexta (24), as obras de prevenção foram intensificadas.

Houve  uma média diária de 3 obras entregues nas áreas de morros, entre encostas, muros de arrimo e escadarias. 

Também fazem parte dos trabalhos grandes intervenções de macrodrenagem para mitigar os alagamentos. 
 
Ao todo, cerca de 40 mil pessoas são alcançadas pelas operações municipais, totalizando um valor de quase R$ 250 milhões investidos nos últimos três anos.

A Prefeitura divulgou que foram realizadas 96 obras em encostas de grande porte desde 2021, com impacto direto na proteção de quase 10 mil pessoas e investimentos de R$ 113 milhões. 

Atualmente, a gestão calcula 56 intervenções em execução, que irão garantir a proteção direta de mais outras 9.750 pessoas, abrangendo cerca de 20 mil pessoas, com contribuições de R$ 135 milhões.

Parcerias
 
Desde 2021, o Programa Parceria, já concluiu 2.966 obras, beneficiando 7.267 famílias com impacto direto para a segurança de mais de 29 mil pessoas. Há outras 345 obras em andamento, contemplando 736 famílias, por volta de mais três mil pessoas.

Conforme o material divulgado, a Prefeitura do Recife confirmou junto ao Governo Federal, mais R$ 126 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Seleção para sete obras de proteção de encostas e de urbanização de comunidades vulneráveis em toda a capital. 

ProMorar

O programa tem duração de seis anos e visa transformar áreas vulneráveis com investimento de R$ 2 bilhões, resultado da maior operação de crédito junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) com um município brasileiro. 

Em 2023, R$ 252 milhões foram aplicados em obras de proteção de encostas, estudos da macrodrenagem e urbanização integrada. Para 2024 a perspectiva é investir mais R$ 292 milhões.

Ação inverno

Além das ações do Programa ProMorar, a gestão municipal está investindo R$ 314,5 milhões na Ação Inverno 2024, conjunto de intervenções destinadas a minimizar os impactos das chuvas, com serviços de micro e macrodrenagem, limpeza de canais, contenção de encostas, prevenção e monitoramento em áreas de risco, mutirões e eliminação de pontos críticos de alagamento.

Risco

Na última quinta (23), um estudo divulgado pelo Governo Federal apontou que pouco mais de um milhão de pessoas vivem em Pernambuco em áreas de vulnerabilidade para mudanças climáticas.

O trabalho foi coordenado pela Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento, vinculada ao Ministério da Casa Civil. Segundo esse levantamento, o problema afeta 11,6% da população do Estado.

Isso coloca Pernambuco no terceiro lugar no ranking nacional de áreas de risco, perdendo para Bahia (17,3%) e Espírito Santo (13,8%). Ainda segundo o levantamento, 106 (58%) dos 183 municípios têm áreas suscetíveis a deslizamentos, enxurradas ou inundações. 
A nota técnica do estudo disponibiliza a lista de municípios pernambucanos e seus respectivos quantitativos populacionais vulneráveis aos desastres mencionados.

Pior tragédia climática da história 

Em 28 de maio do ano passado, o Recife foi atingido pela maior tragédia climática da história de Pernambuco. A Região Metropolitana sofreu os impactos do sistema atmosférico das Ondas de Leste, que provocaram chuvas de 445,69 mm em 96 horas, de acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). 

Em 30 dias, o volume de água superou 775 mm, quase 33% do esperado para todo o ano. Em uma semana, choveu no Recife quase a metade da média anual de São Paulo. A tragédia causou 3 mil ocorrências registradas, 1.123 deslizamentos de encostas, 1.306 imóveis notificados com danos ou risco, 3 mil pessoas desabrigadas, 1016 famílias desalojadas e 48 vítimas fatais no Recife.
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