Violência após jogo

Atentado a ônibus do Fortaleza foi premeditado e organizado por 3 grupos da Torcida Jovem do Sport, diz polícia

Nesta sexta (15), polícia cumpriu três de sete manddos de prisão expedidos e sete de busca e apreensão

Publicado em: 15/03/2024 11:39 | Atualizado em: 15/03/2024 14:08

Integrante da Jovem foi preso  (Foto: Polícia Civil/Divulgação)
Integrante da Jovem foi preso (Foto: Polícia Civil/Divulgação)
Foi um ataque premeditado e organizado pela Torcida Jovem do Leão, antiga Jovem do Sport. 
 
Essa é uma das conclusões da investigação sobre o atentado que deixou seis jogadores do Fortaleza feridos, na madrugada do dia 23 de fevereiro.
 
O crime aconteceu após o duelo contra o Sport, válido pela 1ª fase da Copa do Nordeste, na Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata, no Grande Recife. 
 
Segundo a polícia, o ataque foi feito por três grupos organizados da Torcida Jovem do Leão, de três locais diferentes: Camaragibe, Casa Amarela e Torrões, todos na Região Metropolitana do Recife (RMR).  
 
Ainda de acordo com a Polícia Civil, no atentado, foram arremessadas uma bomba de fabricação caseira e várias pedras que estavam em entulhos no acostamento da BR-232, nas proximidades do Atacadão dos Presentes, no bairro do Curado, na Zona Oeste do Recife. 

Segundo as investigações, os agressores aproveitaram que haviam pedras entulhadas de uma reforma que está sendo realizada no local para arremessar contra o ônibus onde a delegação do Fortaleza estava.
 
As informações foram repassadas, nesta sexta (15), em entrevista coletiva na sede da Polícia Civil, no bairro da Boa Vista, na área Central do Recife, que detalhou a Operação Hooligans.
 
Na ação contra os suspeitos, três dos sete mandados de prisão expedidos pela Justiça foram cumpridos. Agora, a polícia realiza novas diligências para capturar os demais quatro foragidos e, ainda, identificar a participação de mais suspeitos no ataque. 

Os três homens presos são associados à Torcida Jovem e já têm reincidências com outros casos de crimes cometidos em partidas de futebol. Entre eles, estão quem organizou o ataque e outros que de fato arremessaram as pedras contra o ônibus que transportava os jogadores do Fortaleza. 
 
A polícia também cumpriu sete mandados de busca e apreensão nas cidades de Camaragibe, Recife e Paulista. 

Por causa deste atentado, o Sport sofreu punição do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), onde terá que jogar oito jogos com os portões fechados, sem a presença de público. 

Como já cumpriu uma partida sem torcida, na última quarta (13), no duelo válido pela 2ª fase da Copa do Brasil contra o Murici (AL), agora, o Sport terá que participar de mais sete partidas sem torcida, em eventos organizados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).  
 
Investigação

Segundo o delegado responsável pelas investigações que resultaram na deflagração da Operação Hooligans, Raul Carvalho, as prisões dos suspeitos aconteceram mais de 20 dias após o ataque devido “a complexidade do caso”, já que o investigador ressaltou que o local onde aconteceu o ataque era precário de iluminação pública e desguarnecido de câmeras de videomonitoramento, pois se tratava de uma rodovia federal. 

Segundo o investigador, o caso foi o principal desafio da Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva (Deprin).
O delegado Rual Carvalho deu detalhes sobre as investigações que resultaram nas prisões de integrantes da torcida organizada do Sport  (Foto: Rafael Vieira/DP)
O delegado Rual Carvalho deu detalhes sobre as investigações que resultaram nas prisões de integrantes da torcida organizada do Sport (Foto: Rafael Vieira/DP)

“Sim, a complexidade se deu justamente pelo ataque ter acontecido em uma área de iluminação precária e sem câmeras de videomonitoramento. Diante a todo o cenário tivemos essa complexidade para trabalhar, mas de forma célere, conseguimos identificar os autores e quem de fato premeditou e deu a ordem para que o ataque ao ônibus acontecesse. Pela repercussão foi o principal desafio para nós esse ano, pois foi um fato repletamente atípico que resultou em lesões graves aos jogadores do Fortaleza. Não temos precedentes anteriores nesse sentido. Ano passado investigamos dois homicídios envolvendo brigas de torcidas organizadas, mas simplesmente a perda da vida não tem solução de seguir adiante, Mas, este ano sim, um caso de repercussão que gerou um grande trabalho de nossa equipe de investigação”, destacou o delegado Raul Carvalho, titular da Deprin. 

Já o chefe da Polícia Civil, Renato Rocha, disse que: “Os próximos jogos acontecerão com a atenção devida da Secretaria de Defesa Social, que já vem ocorrendo, onde as partidas terão um quantitativo maior de policiais e a integração das instituições de segurança. As investigações e as prisões também têm o caráter pedagógico como função preventiva. Pois esperamos que a partir disso as pessoas que praticam esses atos delituosos repensem sobre essa ideia, passem a acompanhar os jogos de forma ordeira”, enfatizou o gestor da polícia. 
O chefe da Polícia Civil. Renato Rocha, disse que além das priões, as investigações tem um trabalho de caráter pedagógico àqueles que cometem atos infracionais em jogos  (Foto: Rafael Vieira/DP )
O chefe da Polícia Civil. Renato Rocha, disse que além das priões, as investigações tem um trabalho de caráter pedagógico àqueles que cometem atos infracionais em jogos (Foto: Rafael Vieira/DP )


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