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Moradores de Olinda têm protesto reprimido na PE-15

Publicado em: 23/01/2023 11:11 | Atualizado em: 23/01/2023 18:52

 (Foto: Peu Ricardo/DP)
Foto: Peu Ricardo/DP
Na manhã desta segunda-feira, residentes em Ouro Preto, Olinda, se organizavam para realizar um protesto na rodovia PE-15 quando foram surpreendidos por policiais militares destacados para impedir a manifestação. Integrantes da comunidade se organizaram para reivindicar a reabertura de um acesso de retorno que tornou obrigatório percorrer quilômetros a mais e cobram melhoria na sinalização e da iluminação da rodovia, além da reativação de linhas de ônibus. Para impedir o ato, segundo participantes do movimento, PMs agrediram verbalmente e tomaram celulares de participantes.

Estava previsto o bloqueio da rodovia no início da manhã para forçar representantes do poder público a se apresentarem e buscarem a correção dos problemas. Uma das questões que geraram mais revolta é a do fechamento do retorno da rodovia. Segundo a residente Madalena França, com o fechamento do retorno, para chegar ao Bairro Novo, praia e outros acessos é preciso, obrigatoriamente, fazer um percurso de quase 2 quilômetros até o viaduto/giradouro, quando antes bastava um percurso de 100 metros, permitindo a ligação da Avenida Joaquim Nabuco com a PE-15 no sentido Paulista.

"No horário de pico, a gente pega muito engarrafamento com quem vai pra Paulista, Igarassu, Abreu e Lima, Jardim Atlântico, Janga. Antigamente, saímos direto pelo Varadouro, pela Cidade Alta, Joaquim Nabuco, as ladeiras, enfim, eram várias saídas. Além do tempo, é mais gasto de gasolina", reforça Madalena. 

Arbitrariedade de PMs
A organização para o protesto se concentrou na Praça da Cohab, após a descida do quartel do 7°Grupo de Artilharia de Campanha do Exército - Regimento Olinda (7º GAC). O efetivo da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) impediu a ação liberando as faixas de tráfego. Para isso, segundo relatos, PMs chegaram armados de modo excessivo e agredindo verbalmente participantes, inclusive mulheres. Sem nenhuma justificativa, PMs tomaram celulares de pessoas que faziam o registro da ação, mas, diante da presença de equipes de reportagem, devolveram os equipamentos.

A reportagem do Diario de Pernambuco solicitou explicações à PMPE. Por nota, a corporação respondeu alegando que "o BPRv tem por responsabilidade fazer a fiscalização e policiamento de trânsito nas rodovias estaduais de Pernambuco e que ao tomar conhecimento que haveria um protesto com a interdição/bloqueio da rodovia PE 15, o Batalhão agiu preventivamente, chegando no local e flagrando os preparativos para colocação de pneus na citada rodovia". Sem responder por qual base legal PMs tomaram celulares de pessoas que estavam presentes, a corporação alegou que "participantes foram orientados a fazerem o protesto de forma pacífica, mas sem interditarem ou bloquearem a rodovia, o que foi feito".

"Não houve tentativa de reprimir o protesto, mas sim garanti-lo, dentro dos preceitos legais", alegou a PMPE, admitindo que "os policiais agiram com rigor", mas alegando que agiram "dentro dos ditames legais, garantindo o protesto de forma ordeira", sem nenhuma referência à tomada de celulares. Sobre reclamações de excessos, a corporação não respondeu, optando por indicar que "pessoas que se sentirem lesadas por comportamento inadequado de policiais, devem procurar a Corregedoria Geral da SDS (Secretaria de Defesa Social), ou a própria unidade a que pertence o efetivo, para efetuar a queixa e agilizar os procedimentos cabíveis".

*Com informações da Assessoria de Imprensa da PMPE.
Tags: protesto | olinda | pm | trânsito |

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