Acolhimento

Instituto Maria da Penha será inaugurado no Recife nesta quinta

Publicado em: 05/09/2019 08:53 | Atualizado em: 05/09/2019 10:38

Foto: Peu Ricardo/DP FOTO. (Foto: Peu Ricardo/DP FOTO.)
Foto: Peu Ricardo/DP FOTO. (Foto: Peu Ricardo/DP FOTO.)
Símbolo de combate à violência contra a mulher, a ativista Maria da Penha está no Recife para participar da inauguração da unidade regional do Instituto Maria da Penha (IMP), marcada para a tarde desta quinta-feira (5). A entidade ficará abrigada no segundo andar do prédio da Secretaria do Trabalho, Emprego e Qualificação (Seteq). Lá, as vítimas de agressão encontrarão acolhimento e orientação. Até o fim do mês, o espaço também oferecerá cursos de capacitação profissional e empreendedorismo, contribuindo para retirar a mulher do ciclo da violência. Ainda nesse aspecto trabalhista, o IMP trabalha junto à empresa Talenses e ao Instituto Vasselo Goldoni para saber como o tema anda sendo tratado no ambiente corporativo.

“Eu tenho certeza que será um sucesso. Uma continuidade do trabalho de Regina Célia (vice-presidente do IMP). Então, é só alegria”, destaca Maria da Penha. Os cursos fazem parte do projeto Tua Vez, em parceria do instituto com a Seteq. 

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Nesse primeiro momento, os cursos serão direcionados às mulheres que contam com uma medida protetiva decretada nos últimos dois anos. “Esse espaço que o instituto ganhou integra um projeto maior, que intermedeia a busca de emprego ou iniciativa de empreender. O Instituto acolhe essa mulher e, depois, a envia ao Seteq para que sejam feitos os cursos”, destaca o secretário da pasta, Alberes Lopes. 

Será oferecido microcrédito para aquelas que desejam criar o próprio negócio. Já para quem vai para o mercado de trabalho, os postos de trabalho deverão surgir de parcerias com empresas privadas - que ainda estão sendo recrutadas. A previsão é que, até o final deste mês, já tenha uma lista de parceiras. 

“Não adianta você pegar a mulher numa delegacia e jogá-la no mercado de trabalho, para que ela seja independente. Tem que dar condições para que seja quebrado o ciclo da violência”, aponta a deputada estadual Gleide Ângelo(PSB). Ela foi a responsável por aproximar o Instituto Maria da Penha da Seteq.

Pesquisa
Quanto à pesquisa anunciada na tarde de quarta, ela irá ajudar a saber como a violência de gênero vem sendo tratada pelas empresas. “A mulher vítima de violência gera um prejuízo econômico grande às empresas. Ela trabalha angustiada, não consegue se concentrar, falta mais ao trabalho, e isso gera perdas consideráveis”, explica Maria da Penha. 

“O mundo empresarial precisa entender o seu papel nesse assunto. Será a mais ampla pesquisa sobre violência e assédio contra a mulher no Brasil, sob a perspectiva do mundo corporativo”, afirma Edna Vasselo Goldoni, presidente do instituto batizado com seu sobrenome.
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