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Dinamite Bandidos explodem bancos em Tamandaré e fogem de lancha A ação aconteceu nessa madrugada e durou quase duas horas. Duas pessoas foram feitas como reféns

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 03/05/2017 07:24 Atualizado em: 03/05/2017 17:20

Foto: Reprodução/Whatsapp
Foto: Reprodução/Whatsapp

Ladrões armados invadiram, na madrugada de ontem, a cidade de Tamandaré, no Litoral Sul de Pernambuco, e explodiram o Banco do Brasil e o Bradesco, localizados na Avenida José Bezerra Sobrinho, no centro da cidade. Durante a ação, que teve início por volta das 2h, cerca de vinte criminosos fizeram três reféns, um deles teve explosivos envoltos na cintura, e dispararam contra o destacamento da Polícia Militar, e o alojamento do Batalhão Especializado em
Policiamento (Bepi). O grupo fugiu em três lanchas de grande porte,
pela Praia dos Carneiros.

Segundo a Polícia Militar, o grupo estava fortemente armado. Os moradores da área relataram barulho intenso de disparos e explosões por cerca de 40 minutos, entre as 3h20 e 4h. Durante a ação, a quadrilha se dividiu em três pontos. Alguns dos assaltantes ficaram em frente ao alojamento do Bepi, onde foram identificadas mais de 100 perfurações nas paredes do imóvel, segundo a perícia do Instituto de Criminalística, além de um explosivo deixado amarrado na grade. A quadrilha ainda fez um refém no local, um motorista funcionário da prefeitura, identificado como Marisvaldo. Ele foi pego pelos bandidos quando trafegava pela PE-73, próximo a Reserva de Saltinho. Os bandidos amarraram explovivos na cintura do motorista, obrigando-o a permanecer na porta do batalhão, enquanto o assalto acontecia para impedir que policiais saíssem.

Enquanto isso, outra parte do grupo se dirigiu ao destacamento da PM, onde também realizaram dezenas de disparos, atingindo uma viatura. A terceira parte do grupo invadiu os bancos. No Banco do Brasil, a quadrilha explodiu o cofre, levando uma quantia alta, cujo valor não foi divulgado. Já na agência do Bradesco, localizada no mesmo quarteirão, o alvo foram os quatro caixas eletrônicos. Um deles ficou totalmente destruído. O valor roubado também não foi informado.

Foto: Reprodução/Whatsapp
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O auxiliar de serviços gerais Daniel da Silva, 51, também feito refém pelos assaltantes, contou que por volta das 3h, estava indo buscar água na boca da barra, Praia dos Carneiros, com um amigo, quando foi surpreendido pelos ladrões. Daniel caminhava próximo a Paróquia de São Pedro, quando os assaltantes ordenaram que largassem a bicicleta e o boné e ficasse diante da igreja. “Eles disseram que só queriam o dinheiro, que passamos na hora errada e eles não iam fazer nada conosco. Mas várias vezes, ameaçaram nos matar ou acionar a bomba do outro refém se alguém atirasse contra eles. Foi terrível”, lembrou.

Durante parte do confronto Daniel foi feito de escudo humano, e teve a arma apoiada sobre seu ombro. Os tiros lhe causaram uma dor intensa no ouvido e ele precisou ser socorrido no hospital. Apesar do susto, nenhum dos reféns se feriu.

Para dificultar a ação da polícia, as duas saídas da cidade foram fechadas com grampos de metal, inclusive o acesso pela Praia dos Carneiros, de onde o bando fugiu nas três lanchas. Em uma área de mangue, próximo ao Rio Ariquindá foram encontrados dois carros abandonados, um deles dentro da água e outro em terra. No fim da manhã de ontem, uma lancha que teria sido usada na fuga foi achada
abandonada na praia de A Ver o Mar, em Sirinhaém.

A Polícia Civil de Pernambuco informou que os assaltantes fazem parte de uma nova quadrilha, com atuação interestadual. “Temos oito forças-tarefa destinadas à ação contra bancos. É muito prematuro afirmar qualquer coisa nesse momento. As equipes estão em campo, todo aparato do estado foi destinado a essas ações. Desde o caso na Brinks (ocorrido na Avenida Recife) foi registrada uma diminuição de 55%, mas se tratam de quadrilhas criminosas com integrantes de vários estados.

Estamos diante de uma nova articulação, mas estamos preparado para dar uma pronta resposta”, afirmou o chefe de Polícia Civil, delegado Joselito Kherle do Amaral.



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