Abuso Pernambucana denuncia assédio sexual em voo da Ethiopian Airlines Juliana Holanda, que estava indo para Inglaterra, acionou a polícia, que identificou o agressor, mas o liberou em seguida

Publicado em: 11/08/2015 16:50 Atualizado em: 14/08/2015 08:16

Era 3 de julho e a jornalista Juliana Holanda, 33 anos, viajava sozinha para fazer um curso no interior da Inglaterra. Durante o voo ET 700 da Ethiopian Airlines, que saiu às 1h20 da manhã de Addis Ababa com destino a Londres, ela foi assediada sexualmente. A denúncia foi formalizada no dia 25 e nesta segunda-feira o suspeito, um morador de Londres, foi identificado. À polícia, ele assegurou que dormiu durante o voo e, segundo Juliana, o caso foi encerrado. A companhia aérea ainda não se pronunciou. 

A jornalista, que já está de volta ao Recife, compartilhou o episódio em uma postagem no Facebook na última segunda-feira. No depoimento, ela conta que estava sentada na poltrona da janela da aeronave e o agressor no corredor, quando percebeu os movimentos da cadeira. “Estava de olho fechado, escutando música. Senti a cadeira subindo e descendo e quando vi ele estava se masturbando com a calça aberta. O joelho estava batendo na minha perna. Ele estava literalmente fazendo, como se estivesse realmente fazendo sexo. Fiquei tão sem reação. Na hora tirei o cinto e saí correndo, meio que atropelei ele”, contou ao Diario. 

Violência sexual em voo da Ethiopian AirlinesPassei alguns dias até ter coragem de escrever esta história. Sei que é...

Posted by Juliana Holanda on Segunda, 10 de agosto de 2015

Nervsosa, Juliana procurou a chefe de cabine da aeronave, que perguntou se ela tinha marcas no corpo. Como não era o caso e também não havia testemunhas, já que as luzes estavam apagadas e a maioria dos passageiros dormindo, não havia o que pudesse ser feito, além de trocá-la de lugar. No desembarque, Juliana foi acompanhada por um grupo brasileiro recém-conhecido e fez todo o trajeto junto ao agressor. 

Depois de uma semana, a jornalista escreveu um e-mail coletivo para mais de 20 endereços da Ethiopian Airlines, que não se pronunciou oficialmente e, posteriormente, segundo Juliana, a resposabilizou por não ter levado o caso adiante.  
Antes de voltar ao Recife, ela prestou queixa na Heathrow Police Station, no Reino Unido, onde o agressor foi identificado. Nesta segunda-feira ele foi levado à delegacia e afirmou, em depoimento, que dormiu durante todo o voo. Em seguida, ele foi solto. 

Juliana informou que pretende acionar a Justiça contra a empresa. “Eles merecem ser penalizados por tratar as mulheres tão mal e por permitir que um crime dessa natureza ocorra em um de seus aviões. Uma empresa que não se responsabiliza pela segurança de seus passageiros não merece estar no mercado. Que tipo de empresa diz que uma mulher precisa ser estuprada para ter acesso a seus direitos? Me sinto duplamente abusada. Primeiro, pelo agressor. Segundo, pela Ethiopian Airlines”
 
A equipe do Diario entrou em contato com a companhia aérea, que afirmou ter prestado todos os serviços para que a publicitária fosse atendida. Segundo a nota oficial, "a tripulação lhe ofereceu outro assento, imediatamente". Ainda de acordo com o documento Juliana "se recusou a preencher o formulário de queixa, apesar da tripulação tê-la aconselhado veemente a fazê-lo".
 
Confira abaixo a nota original na íntegra:
 
 



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