Evocação do Recife
Maria Eduarda Marques
Historiadora da cultura
Publicado em: 17/03/2025 03:00 Atualizado em: 15/03/2025 07:40
No calendário do ano de 2025 figuram dois registros de especial relevo para a história política, cultural e literária de Pernambuco, que merecem ser lembrados.
O ano marca a passagem do bicentenário da fundação do Diario de Pernambuco, criado em 7 de novembro de 1825, e do centenário do poema Evocação do Recife, escrito pelo poeta Manuel Bandeira, a pedido do jovem Gilberto Freyre. As efemérides celebram o jornal, considerado o mais antigo da América Latina, e o poema antológico sobre a meninice do poeta no Recife, que marcou indelevelmente a lírica brasileira: dois patrimônios de primeira grandeza produzidos pelas elites letradas de Pernambuco, que sempre se distinguiram no cômputo da cultura brasileira.
Em plena Primeira República, ao tempo da governança modernizante de Sérgio Loreto, Freyre, chegado ao Recife em 1923, já tendo contribuído para o Diario de Pernambuco, exercia grande influência na intelectualidade local. Pelo seu prestígio, foi incumbido de organizar uma edição comemorativa do centenário do Diario de Pernambuco. O Livro do Nordeste foi concebido como uma obra coletiva, destinada a reforçar as múltiplas origens étnicas da nação brasileira e a valorizar a cultura regional. Inspirada pelas ideias de Freyre, a publicação reuniu contribuições várias, aglutinando tendências regionalista, tradicionalista e modernista.
Com vistas à questão relativa à renovação estética da língua, Gilberto Freyre convidou o poeta Manuel Bandeira, à época pouco conhecido dos seus conterrâneos pernambucanos, a escrever versos para a publicação. O poema Evocação do Recife foi impresso com destaque ao longo de três páginas no Livro do Nordeste, com ilustração do pintor e desenhista também pernambucano Manoel Bandeira, homônimo do poeta. Joaquim Cardozo, outro grande nome da lírica moderna pernambucana e brasileira, publicou um longo texto crítico sobre a poesia de Bandeira. Em Um poeta pernambucano, Manuel Bandeira, Cardozo ressalta o traço melancólico na liberdade dos versos modernos de Bandeira.
Para Gilberto Freyre, Evocação do Recife, marcou “o começo de toda uma presença expressivamente recifense na melhor poesia brasileira, a partir da década de trinta”.
Cem anos depois, Evocação do Recife, poema que canta a memória nostálgica da cidade perdida de sua infância, ainda faz fazer bater o coração com alumbramento.
Com a força de sua lírica, nas páginas centenárias do Diario de Pernambuco, Manuel Bandeira eternizou o Recife bom e o Recife brasileiro como um monumento que ocupa lugar de cimeira na literatura moderna brasileira.
A cultura letrada de Pernambuco tem muito a celebrar em 2025.
O ano marca a passagem do bicentenário da fundação do Diario de Pernambuco, criado em 7 de novembro de 1825, e do centenário do poema Evocação do Recife, escrito pelo poeta Manuel Bandeira, a pedido do jovem Gilberto Freyre. As efemérides celebram o jornal, considerado o mais antigo da América Latina, e o poema antológico sobre a meninice do poeta no Recife, que marcou indelevelmente a lírica brasileira: dois patrimônios de primeira grandeza produzidos pelas elites letradas de Pernambuco, que sempre se distinguiram no cômputo da cultura brasileira.
Em plena Primeira República, ao tempo da governança modernizante de Sérgio Loreto, Freyre, chegado ao Recife em 1923, já tendo contribuído para o Diario de Pernambuco, exercia grande influência na intelectualidade local. Pelo seu prestígio, foi incumbido de organizar uma edição comemorativa do centenário do Diario de Pernambuco. O Livro do Nordeste foi concebido como uma obra coletiva, destinada a reforçar as múltiplas origens étnicas da nação brasileira e a valorizar a cultura regional. Inspirada pelas ideias de Freyre, a publicação reuniu contribuições várias, aglutinando tendências regionalista, tradicionalista e modernista.
Com vistas à questão relativa à renovação estética da língua, Gilberto Freyre convidou o poeta Manuel Bandeira, à época pouco conhecido dos seus conterrâneos pernambucanos, a escrever versos para a publicação. O poema Evocação do Recife foi impresso com destaque ao longo de três páginas no Livro do Nordeste, com ilustração do pintor e desenhista também pernambucano Manoel Bandeira, homônimo do poeta. Joaquim Cardozo, outro grande nome da lírica moderna pernambucana e brasileira, publicou um longo texto crítico sobre a poesia de Bandeira. Em Um poeta pernambucano, Manuel Bandeira, Cardozo ressalta o traço melancólico na liberdade dos versos modernos de Bandeira.
Para Gilberto Freyre, Evocação do Recife, marcou “o começo de toda uma presença expressivamente recifense na melhor poesia brasileira, a partir da década de trinta”.
Cem anos depois, Evocação do Recife, poema que canta a memória nostálgica da cidade perdida de sua infância, ainda faz fazer bater o coração com alumbramento.
Com a força de sua lírica, nas páginas centenárias do Diario de Pernambuco, Manuel Bandeira eternizou o Recife bom e o Recife brasileiro como um monumento que ocupa lugar de cimeira na literatura moderna brasileira.
A cultura letrada de Pernambuco tem muito a celebrar em 2025.
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