Profissão: paleontólogo
Múcio Aguiar
Jornalista, doutorando em Ph.D em arqueologia pela Universidade de Coimbra. Membro das sociedades Brasileira de Paleontologia, de Arqueologia Brasileira e de Arqueólogos Portugueses
Publicado em: 26/10/2023 03:00 Atualizado em: 26/10/2023 04:49
Boa parte do conhecimento sobre a evolução humana está vinculada à pesquisa paleontológica. O inglês William Smith (1769-1839) foi o primeiro a conseguir arranjar e identificar em ordem cronológica os estratos de rocha de acordo com os fósseis neles encontrados. Em 1812, a paleontologia foi considerada uma ciência, partindo do princípio de estudar, pesquisar e encontrar respostas a partir dos fósseis, um definição do francês George Cuvier.
Na Chapada do Araripe nas divisas do Ceará, Pernambuco e Piauí é o maior sítio paleontológico já localizado no Brasil, e em dezembro será reconhecida como Patrimônio Mundial, pela Unesco.
Recentemente foi notícia nacional a decisão do Ministério da Ciência, Pesquisa e Artes da Alemanha em repatriar ao Brasil o fóssil do dinossauro Ubirajara jubatus retirado ilegalmente do Ceará na década de 1990.
Um fóssil do réptil pterossauro, roubado na Bacia do Araripe, foi devolvido em 2022 por um instituto científico da Bélgica. O sítio paleontológico enfrenta várias dificuldades com roubo de fósseis, do período Cretáceo, em torno de 120 milhões de anos.
Na Revista Veja, no site em 29 de setembro de 2017, uma matéria publicada relata um possível contrabando, que aconteceu em 2015. A Veja faz citação a revista Science que publicou um trabalho sobre um fóssil de cobra com quatro patas encontrado na Chapada do Araripe. David Martill, da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, ao citar sua pesquisa afirmou que “não dava a mínima” sobre como o fóssil saiu do Brasil.
Em maio de 2023, foi retirada do site da revista científica “Palaeontologia Electronica” uma pesquisa científica sobre o fóssil Irritator challengeri, furtado do Brasil na década de 1990.
São inúmeros casos de contrabando fóssil do Brasil, que com ele roubam a história da ocupação e evolução da vida em nosso território. A carência de uma legislação que regulamente a profissão de paleontólogo facilita o roubo do nosso acervo fóssil, que acontece diariamente. Atualmente a paleontologia é apenas uma ciência desenvolvida no campo acadêmico de universidades.
Diante desse preocupante cenário, tive a oportunidade de com o paleontólogo, Prof. Dr. Renato Pirani Ghillardi, então presidente da Sociedade Brasileira de Paleontologia e hoje vice-presidente da SBP, em estruturar um grupo de trabalho formado por paleontólogos brasileiros para redação do código de ética da profissão, e em seguida para redigir proposta de lei que regulamente a profissão. A proposta foi entregue ao então deputado Federal João Roma, que apresentou o Projeto de Lei nº 791/2019, que hoje tem parecer pela aprovação da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, da Câmara dos Deputados, mas que aguarda votação na mesma.
Na Chapada do Araripe nas divisas do Ceará, Pernambuco e Piauí é o maior sítio paleontológico já localizado no Brasil, e em dezembro será reconhecida como Patrimônio Mundial, pela Unesco.
Recentemente foi notícia nacional a decisão do Ministério da Ciência, Pesquisa e Artes da Alemanha em repatriar ao Brasil o fóssil do dinossauro Ubirajara jubatus retirado ilegalmente do Ceará na década de 1990.
Um fóssil do réptil pterossauro, roubado na Bacia do Araripe, foi devolvido em 2022 por um instituto científico da Bélgica. O sítio paleontológico enfrenta várias dificuldades com roubo de fósseis, do período Cretáceo, em torno de 120 milhões de anos.
Na Revista Veja, no site em 29 de setembro de 2017, uma matéria publicada relata um possível contrabando, que aconteceu em 2015. A Veja faz citação a revista Science que publicou um trabalho sobre um fóssil de cobra com quatro patas encontrado na Chapada do Araripe. David Martill, da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, ao citar sua pesquisa afirmou que “não dava a mínima” sobre como o fóssil saiu do Brasil.
Em maio de 2023, foi retirada do site da revista científica “Palaeontologia Electronica” uma pesquisa científica sobre o fóssil Irritator challengeri, furtado do Brasil na década de 1990.
São inúmeros casos de contrabando fóssil do Brasil, que com ele roubam a história da ocupação e evolução da vida em nosso território. A carência de uma legislação que regulamente a profissão de paleontólogo facilita o roubo do nosso acervo fóssil, que acontece diariamente. Atualmente a paleontologia é apenas uma ciência desenvolvida no campo acadêmico de universidades.
Diante desse preocupante cenário, tive a oportunidade de com o paleontólogo, Prof. Dr. Renato Pirani Ghillardi, então presidente da Sociedade Brasileira de Paleontologia e hoje vice-presidente da SBP, em estruturar um grupo de trabalho formado por paleontólogos brasileiros para redação do código de ética da profissão, e em seguida para redigir proposta de lei que regulamente a profissão. A proposta foi entregue ao então deputado Federal João Roma, que apresentou o Projeto de Lei nº 791/2019, que hoje tem parecer pela aprovação da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, da Câmara dos Deputados, mas que aguarda votação na mesma.
Mais Opiniões
Mais lidas
ÚLTIMAS