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Editorial Carnaval exige segurança e bom senso

Publicado em: 19/02/2020 03:00 Atualizado em: 19/02/2020 09:05

Carnaval é sinônimo de alegria, descontração, irreverência. Blocos, escolas e foliões aproveitam os dias de Momo para exercitar a liberdade. Milhares de pessoas saem às ruas para cantar, pular, divertir-se. Grandes aglomerações impõem cautelas seja do indivíduo, seja do poder público. Brincar é a ordem — sem licença para abusar.

Há que ter cuidado com a saúde. O período é propício a alergias, desidratação e transmissão de infecções. No contato sexual, o uso de camisinha é imperativo. Não só. Luz amarela acende-se com o uso de bebida alcoólica — comum antes, durante e depois da folia.

A maior parte dos acidentes de trânsito se deve ao consumo de substâncias etílicas antes de dirigir. Cerveja, uísque, vinho, vodca não combinam com volante. O motorista que optar por um deve abdicar do outro. A segurança e o bom senso aconselham recorrer a transporte público ou a táxi para se locomover.

Com permissão para extravagâncias, muitos se excedem e ultrapassam limites. Assédio, abuso por muitos considerado “brincadeirinha”, tornou-se crime. A Lei de Importunação Sexual, sancionada em 2018, distingue os casos de assédio dos de estupro ou atentado ao pudor.

Até então, a punição era multa. Agora é pena de um a cinco anos de prisão para quem aposta na impunidade e teima em avançar o sinal. O slogan “Não é não” ganhou força no carnaval de 2019 e tudo indica que se manterá em 2020.

A violência é outro fator de preocupação. No pré-carnaval, registraram-se episódios que devem deixar as autoridades alertas. Em Brasília, por exemplo, um jovem morreu esfaqueado. Em São Paulo, além de quase 500 detidos, cinco pessoas foram baleadas no fim de semana. No Rio, um homem e um adolescente perderam a vida. Nas demais unidades da Federação, o cenário se repete.

Policiamento ostensivo e ações de inteligência precisam ser convocados para inibir a violência e poupar vidas. O folião também precisa fazer a sua parte. O primeiro mandamento: cuidar-se. O Estado, claro, deve garantir a segurança pública. Mas não há como designar um PM para acompanhar cada pessoa. O cidadão tem de fazer a sua parte. A regra: prevenir para não ter de remediar.

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