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União Europeia e China estreitam laços e suspendem sanções recíprocas

O governo chinês impôs as sanções quando a UE adotou medidas contra algumas entidades chinesas, ao alegar violações dos direitos humanos

Publicado em: 08/05/2025 18:23 | Atualizado em: 08/05/2025 18:44

 (foto: AFP)
foto: AFP

A chancelaria da China informou que receberá os líderes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, antes da cúpula entre Pequim e a União Europeia (UE). “O presidente do Conselho Europeu, António Costa, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, são bem-vindos à China para uma nova série de encontros sino-europeus. A China e a UE vão manter diálogos de alto nível nos domínios estratégico, econômico, ecológico e digital”, afirmou Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.

 

Em abril, um porta-voz do Conselho Europeu já tinha anunciado que a próxima cúpula entre Bruxelas e Pequim iria se realizar na China em julho. Uma conferência que acontece num contexto em que Pequim busca estreitar as relações com o bloco europeu devido aos conflitos comerciais com a administração de Donald Trump.

 

O governo chinês ainda comunicou que alcançou um acordo com o Parlamento Europeu para a suspensão total de sanções impostas por causa das disputas sobre violações dos Direitos Humanos. "Após consultas, a China e o Parlamento Europeu decidiram levantar de forma simultânea e completa as restrições aos intercâmbios mútuos", indicou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.

 

A confirmação também acontece apos o Parlamento Europeu (PE) ter declarado que a China retirou as sanções impostas há quatro anos a cinco eurodeputados e a comissões parlamentares, uma medida que deixou bloqueado o contato oficial entre os órgãos legislativos.

 

Enquanto isso, Lin explicou que os intercâmbios estiveram condicionados nos últimos anos por razões conhecidas, mas observou que no atual cenário dois lados consideram que reforçar a cooperação entre a China e a União Europeia é de grande importância. “Confiamos que, com a retomada plena dos intercâmbios legislativos, ambas as partes aprofundem a comunicação e a compreensão mútua”, acrescentou.

 

O Parlamento Europeu havia dito recentemente que cessar as sanções era um passo em direção à normalização do diálogo parlamentar, entretanto alertou que permanecerá atento aos desafios que existem na relação bilateral. Segundo o PE, Pequim manifestou interesse em restabelecer o contato desde setembro de 2024 e depois de diversas reuniões decidiu este ano retirar as restrições que atingiam eurodeputados e comissões.

 

O governo chinês impôs as sanções quando a UE adotou medidas contra algumas entidades chinesas alegando violações dos direitos humanos da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur, em Xinjiang, no extremo noroeste do país asiático.

 

Em contrapartida, o PE se recusou então a aprovar o Acordo Global de Investimento UE-China, que teria aprofundado os laços comerciais entre ambos. No entanto, os especialistas apontam que com a volta de Trump a Casa Branca, os dois lados procuram se aproximar diante das posições antagônicas do presidente norte-americano com à aliança transatlântica e à guerra comercial contra o resto do mundo.

 

Na semana passada, a China expressou os seus laços com a UE como uma estabilidade preciosa para a economia mundial.

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