ORIENTE MÉDIO
ONU exige responsabilização nas explosões no Líbano
Enquanto isso, as Forças de Defesa de Israel (IDF) disseram que não pretendem uma ampla escalada militar na região, após o ataque aéreo de hoje nos arredores de Beirute
Publicado em: 20/09/2024 19:37
Conselho de Segurança da ONU (foto: Spencer Platt / Getty Images via AFP) |
O alto comissário da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, pediu nesta sexta-feira (20) perante o Conselho de Segurança da ONU, uma investigação independente, completa e transparente às explosões de dispositivos eletrônicos no Líbano e na Síria e exigiu a responsabilização de quem ordenou e executou esses ataques.
"O direito internacional humanitário proíbe o uso de dispositivos de armadilha na forma de objetos portáteis aparentemente inofensivos que são especificamente projetados e construídos para conter material explosivo", declarou Turk.
"É um crime de guerra cometer violência com a intenção de espalhar o terror entre civis", acrescentou o alto comissário durante a reunião no Conselho, solicitada pela Argélia, após as detonações simultâneas de aparelhos pagers e walkie-talkies esta semana em território libanês e sírio.
Já o chefe dos assuntos políticos da ONU alertou para o fato de que, se a tensão entre Israel, o Hamas e o Hezbollah não for debelada e contida, se corre o risco de assistir a uma conflagração que poderá ser maior do que a devastação e o sofrimento testemunhados até agora.
Enquanto isso, as Forças de Defesa de Israel (IDF) disseram primeiramente que não pretendem uma ampla escalada militar na região, após o ataque aéreo de hoje nos arredores de Beirute, redutos do Hezbollah. O porta-voz das IDF, Daniel Hagari, ainda afirmou que morreram dez altos comandantes do Hezbollah, incluindo Ibrahim Aqil, que era chefe de operações do grupo xiita libanês e pró-iraniano.
Hagari também disse que não há qualquer alteração nas instruções de defesa, no entanto garantiu que o país está preparado para todos os cenários, tanto ofensivos como defensivos.
Depois dessa ofensiva, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, defendeu que os objetivos do seu país "são claros" e que as ações do seu Exército “falam por si”, segundo a mensagem divulgada pelo seu gabinete na rede social X.
Além disso, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, anunciou que os ataques desta nova etapa do conflito contra o Hezbollah continuarão até que os deslocados no norte do seu país possam regressar às suas casas, se referindo a milhares de habitantes que residiam na região perto fronteira com o Líbano. Uma declaração que já foi endossada e reiterada por Netanyahu.
“A série de operações da nova fase da guerra continuará até atingirmos o nosso objetivo: garantir o regresso seguro das comunidades do norte de Israel às suas casas. E os nossos inimigos não têm onde se refugiar, nem mesmo nos subúrbios de Beirute", indicou Gallant.
Por outro lado, o Ministério da Saúde do Líbano confirmou no último balanço que o número de mortos subiu para 14 pessoas e 66 ficaram feridas no bombardeio desta sexta-feira.
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