COLUNA
Desigualdade hídrica
Por: Patrícia Raposo
Publicado em: 15/06/2023 08:00
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O Governo de Pernambuco destinará R$ 600 milhões captados junto ao Banco Mundial para executar o Programa de Saneamento Rural de Pernambuco (Prosar). Desse montante, 20% são contrapartida do estado, que será paga com projetos e obras, muitas das quais em andamento. Mas, além de avançar com infraestrutura, o programa abraça outro ponto fundamental: a segurança hídrica.
Para vencer o desafio do abastecimento perene, o Prosar vai se apoiar numa rede que envolve os canais do programa de integração do Rio São Francisco - já que Pernambuco é cortado pelos eixos Norte e Leste da Transposição -, o quase concluído Ramal do Agreste, as barragens e a rede de adutoras, com destaque para a Adutora do Agreste, que é a maior obra voltada ao abastecimento de água em execução no país, e que deve ser concluída até dezembro. No Sertão, o programa vai buscar água no subsolo, nos aquíferos.
Curiosamente, a Zona da Mata Sul entra no Prosar. Trata-se de um grande contraste, porque é uma região farta em água, mas o insumo não chega à população rural.
Vácuo
O podcast Diario Econômico desta semana tem como convidado Artur Coutinho, secretário executivo de Saneamento do Estado de Pernambuco. À frente da condução do Prosar, ele conta que o programa tenta contornar o vácuo deixado pela licitação, feita anos atrás, para sanear a Região Metropolitana do Recife e Goiana.
Falha na licitação
Nos moldes em que foi feita essa licitação, com foco nas áreas mais rentáveis, perdeu-se a oportunidade de dividir o estado em blocos para que áreas menos atrativas, como essas zonas rurais e os municípios do interior, pudessem ser contemplados com as obras.
Fora do jogo
Isso tornou Pernambuco pouco atrativo no âmbito do Novo Marco Legal do Saneamento e força o poder público a agir. É um desafio e tanto: o estado é pouco privilegiado sob o ponto de vista hídrico e além disso, 47% dos seus habitantes estão na zona rural, dos quais 74% sequer tem regularidade no fornecimento de caminhões pipas. Estamos falando de 2,3 milhões de pessoas.
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