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EDUCAÇÃO

PCR tem até sexta (9) para apresentar contraproposta e evitar greve

Com a aprovação pela categoria em assembleia nesta terça (6), sindicato dos professores municipais precisam respeitar de 72h para deflagrar a greve
Por: Cadu Silva

Publicado em: 06/05/2025 13:49 | Atualizado em: 06/05/2025 14:45

 (Nivaldo Fran/DP)
Nivaldo Fran/DP
Com a categoria votando a favor da greve em assembleia realizada pelo Sindicato Municipal dos Profissionais da Rede Oficial de Ensino do Recife (Simpere), nesta terça (6), no Clube Português, a Prefeitura do Recife, através da Secretaria da Educação, tem até a próxima sexta (9) para apresentar uma nova proposta e reajuste a fim de que a greve não seja deflagrada. 

A deflagração está agendada para sexta (9), após o cumprimento do prazo legal de 72 horas, contadas a partir da assembleia desta terça, em caso de que uma nova proposta oferecida pela Prefeitura do Recife não seja aceita.

O Simpere alega frustração com a postura da Prefeitura, e em especial, com a secretária de Educação, Cecilia Cruz, que, segundo o sindicato, ainda não teria aparecido as reuniões e teria se mostrado inflexível em relação às negociações. O principal impasse é o reajuste do piso salarial da categoria. 

Enquanto a lei federal prevê um aumento de 6,27%, a proposta apresentada pela gestão municipal eleva o percentual de 1,5% para apenas 2,40%, sendo válido, a partir de julho, o que corresponde a menos de um terço do reajuste legal previsto. 

''Nós estamos vendo que a prefeitura tem condições de apresentar esse reajuste, os professores estão vivendo situações muito complicadas na sala de aula, e já que a prefeitura se nega a dar, os professores vão à luta, enfrentar a prefeitura em greve.'' declara Simone Fontana, professora da Rede Municipal de Recife, aposentada. 

Além do tópico sobre o reajuste salarial para os profissionais, o Simpere alega descaso com outros pontos da pauta, como a reestruturação da carreira, a valorização por titulação (especialização, mestrado e doutorado) — que segundo o sindicato é considerada defasada em relação a outras cidades —, e a ausência de proposta para corrigir os chamados ''interníveis'', que afetam o valor da hora-aula. 

O sindicato destaca também uma piora substancial nas condições de trabalho, como o aumento de turmas e falta de apoio para estudantes com deficiência, falta de respeito à 'aulatividade' (tempo legal que o professor de ensino tem para planejamento das aulas) e aumento dos casos de adoecimento físico e psicológico entre os professores e professoras. 

''A gente está vendo a realidade que não tem profissional para ficar com as crianças neurotípicas, que inclusive tem sido foco de muitas denúncias por parte da comunidade. Sala de aula que não tem espaço para as crianças brincarem, nem tem quadra de prova esportiva.'' afirma Cláudia Ribeiro, professora e coordenadora pedagógica da escola na RPA 6, na comunidade de Jardim Beira-Rio. 

Ao final Assembleia, no final da manhã, o Simpere ainda realizou um ato de protesto passivo com deslocamento da Praça do Entroncamento, na Avenida Rosa e Silva até a Avenida Agamenon Magalhães. 

O que diz a Prefeitura do Recife

Em nota ao Diário de Pernambuco, a Prefeitura do Recife diz que mantém abertas as mesas de negociação com a categoria dos profissionais de educação da rede municipal do Recife e que um novo encontro já está agendado previamente para a próxima quinta-feira (8). 

A PCR ainda declara que vem implementando uma série de ações visando ampliar a oferta de ensino na rede municipal com duplicação de vagas em creches e a maior contratação de profissionais da história da cidade, além de ampliação e reforma do parque escolar da cidade, garantindo mais oportunidades para os estudantes e melhores condições de trabalho para os profissionais, através do fornecimento de equipamentos tecnológicos e melhoria na infraestrutura das unidades de ensino que compõem a rede municipal.

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