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Foto: Rafael Vieira/DP Foto |
A gerente de fiscalização do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Pernambuco (Crea-PE), Denise Maia, esteve no local do desabastecimento, na manhã desta terça.
Segundo ela, o conselho apura a informação de que obras foram realizadas recentemente na edificação.
Ainda segundo ela, até esta terça, o conselho não tinha conhecimento formal de qualquer serviço no Edifício Kátia Melo.
Ela afirmou que o Crea-PE recebeu apenas a informação sobre a interdição do imóvel e entrou em contato com a Defesa Civil.
A ideia, segundo ela, era fazer uma ação conjunta dos dois órgãos para ver a situação do prédio.
Durante essa apuração inicial, foi repassada informação de que uma obra tinha sido realizada.
As equipes partiram, então, para verificar se havia responsabilidade técnica, um engenheiro responsável por essa obra.
O Crea-PE resslata que qualquer serviço só pode ser feito com um o respaldo técnico de um engenheiro.
"A gente chegou aqui por volta de 9h (desta terça). Nós verificamos que a situação do prédio tinha se agravado em relação à última vistoria da Defesa Civil, que ocorreu domingo (4), quando o prédio foi interditado", disse.
Denise contou que ainda havia moradores retirando objetos.
Ela disse que solicitou que os moradores saíssem do prédio, pois existia um risco iminente de um colapso estrutural.
"Fiquei aqui até umas 10h20, na frente do prédio, conversando com a síndica do edifício, perguntando a ela sobre as reformas que ocorreram dentro do prédio. Existem esses indícios de que houve reformas dentro do prédio, com modificações de parede e essas paredes desse prédio de caixões são paredes estruturais, são de alvenaria resistente e não podem ser retiradas sem um acompanhamento técnico", comentou.
Diante disso, foram solicitados documentos de responsabilidade técnica por essas reformas.
"Até o momento, não foi entregue ao órgão. Pela verificação dentro do nosso sistema, também não existem informações das reformas dos apartamentos. Então, provavelmente, os próprios moradores que realizaram essas modificações", afirmou.
Problemas graves
Denise informou que a equipe do Crea-PE verificou um esmagamento da estrutura, logo no início do prédio, um afundamento e travamento.
"Quando começa a afundar a gente vê um travamento das portas, é o primeiro indício e a porta principal já estava emperrada e a gente subindo nas escadas conseguia ver outros tipos de rachaduras inclusive tinham algumas marcações que a gente faz na própria estrutura para verificar essa movimentação e a gente viu que existia uma movimentação", declarou.
Ainda segundo ela, existe a possibilidade de mais desabamentos.
"Tem que realmente manter esse local interditado e acompanhar, a defesa civil também deve acompanhar esses procedimentos para garantir a segurança de todos e as casas ao redor", finalizou.
Defesa Civil
O secretário de Defesa Civil de Jaboatão dos Guararapes, Elton Moura, informou que populares alertaram o órgão, no domingo (4), para problemas no Edifício Kátia Melo, que desabou nesta terça (6).
Segundo ele, o plantão acionou as autoridades e enviou uma equipe até a Rua Joaquim Marques de Jesus para fazer o "acompanhamento" da situação.
Formada por técnicos e assistentes sociais, equipes ouviram os moradores.
Dos 16 apartamentos, 12 já estavam desocupados, mas os outros apartamentos ainda estavam com pessoas.
"E aí começou o nosso trabalho para conscientizá-los de que eles teriam que sair dos apartamentos. Por volta das 21h de domingo, todos os apartamentos já estavam desocupados, e aí nós interditamos o prédio", explicou.
Diante de uma representante da administração, a Defesa Civil lavrou o auto de interdição.
E a partir daquele momento, segundo Elton, moradores pediram um tempo para tentar resgatar objetos.
"A equipe retornou na segunda (5) para acompanhar os engenheiros e observar as fissuras. Elas tinham se mantido ainda estáveis, de um dia para o outro", observou.
Elton Moura disse, ainda, que foi autorizada a entrada de moradores para resgatar pertences nos apartamentos.
"Na segunda-feira, à tarde, a gente encerrou essa movimentação exatamente por conta da possibilidade de agravamento desse quadro. E hoje de manhã nós fizemos uma vistoria aqui às 9h20 com o pessoal do Crea. Na vistoria, nós identificamos que as rachaduras tinham aumentado significativamente", acrescentou.