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Documentário sobre Henfil é o grande vencedor do Cine PE 2018

Produção dirigida por Angela Zoé foi premiada ainda nas categorias direção, roteiro e montagem

Publicado em: 05/06/2018 22:45 | Atualizado em: 05/06/2018 23:10

Premiação do Cine PE contempla 24 categorias. Foto: Felipe Souto Maior/Divulgação

Com 30 filmes exibidos nas mostras competitivas ao longo de cinco dias de exibições, o Cine PE chegou ao fim nesta terça-feira, com solenidade de premiação das obras que mais se destacaram, na avaliação da crítica e do público. O prêmio mais cobiçado da noite da noite, de melhor longa-metragem, foi para o documentário Henfil, de Angela Zoé, premiado também nas categorias direção, roteiro e montagem.

Um dos melhores títulos do festival, o documentário sobre Henfil (1944-1988) trouxe uma abordagem original, contando a história do multiartista a partir de um grupo de artistas envolvidos na produção de uma animação com os personagens do cartunista, como Graúna e Os Fradinhos. A produção mais premiada, no entanto, foi o longa Os príncipes, de Luiz Rosemberg Filho, destaque em seis categorias, incluindo fotografia e trilha sonora. O falso documentário Vidas cinzas, de Leonardo Martinelli, ganhou o prêmio de melhor curta nacional.

Já o melhor curta pernambucano foi o cativante documentário Uma balada para Rocky Lane, de Djalma Galindo, que leva para as telas a história de José Leite Duarte, apaixonado por filmes de western que resolveu encarnar a persona do astro Rocky Lane e ficou conhecido em Arcoverde por se vestir de cowboy e até entrar em duelos imaginários com crianças. Mais um ótimo representante da mostra competitiva de curtas pernambucanos é Seja feliz, de Diego Melo, premiado pelo júri da crítica. Em apenas sete minutos e utilizando praticamente um único cenário, o realizador consegue estabelecer muito bem uma sociedade distópica que retira dos cidadãos o direito à própria vida e tenta condenar os indivíduos a uma existência de plena alegria.

Para além dos ganhadores da Calunga de Ouro, honraria concedida pelo evento aos cineastas premiados, saiu vitoriosa também a organização do festival, que deu importantes passos na tentativa de reconquistar o público e recuperar a relevância do evento. A decisão de tornar gratuito o acesso às sessões foi acertada e provavelmente contribuiu para garantir que o Cinema São Luiz ficasse praticamente lotado durante todos os dias da programação. E, mais importante, as reações positivas da plateia durante as exibições sinalizam um bom trabalho da nova curadoria na seleção dos títulos das mostras competitivas. As duas produções hors-concours – a animação libanesa Desculpe, me afoguei, e a comédia nacional Mulheres alteradas –, selecionadas pelos realizadores do Cine PE, também não fizeram feio. O time de curadores, formado por Edu Fernandes e Danilo Calazans, com consultoria de Edina Fujii, fez um bom trabalho na seleção de títulos que integraram as mostras competitivas. Há tempos o Cine PE não realizava uma edição tão equilibrada em sua programação.

[Premiados

MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS-METRAGENS PERNAMBUCANOS

Melhor Filme – “Uma Balada para Rocky Lane”
Melhor Direção – Diego Melo (“Seja Feliz”)
Melhor Roteiro – Fabio Ock (“Seja Feliz”)
Melhor Fotografia – Henrique Spencer (“Frequências”)
Melhor Montagem – Marcos Buccini (“O Consertador de Coisa Miúdas”)
Melhor Edição de Som – Adalberto Oliveira (“Frequências”)
Melhor Trilha Sonora – Neilton Carvalho (“O Consertador de Coisas Miúdas”)
Melhor Direção de Arte – Lia Letícia (“Frequências”)
Melhor Ator – Heraldo Carvalho (“Edney”)
Melhor Atriz – Roberta Mharciana (“Cara de Rato”)

MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS-METRAGENS NACIONAIS
Melhor Filme – “Vidas Cinzas” Melhor Direção – Klaus Hastenreiter (“Não Falo com Estranhos”)
Melhor Roteiro – Rubens Passaro (“Universo Preto Paralelo”)
Melhor Fotografia – Ivanildo Machado (“Sob o Delírio de Agosto)
Melhor Montagem – Pedro de Aquino (“Vidas Cinzas”)
Melhor Edição de Som – Rafael Vieira (“Abismo”)
Melhor Trilha Sonora – Alexsandra Stréliski e Ludovico Einaudi (“Plantae”)
Melhor Direção de Arte – Rachel Oleksy (“Teodora Quer Dançar”)
Melhor Ator – Jurandir de Oliveira (“Abismo”)
Melhor Atriz – Mariana Badan (“Teodora quer Dançar”)

MENÇÕES HONROSAS
“Marias” – Pela relevância do tema apresentado através de depoimentos reais, emocionantes e contundentes. “Plantae” – Pela atualidade e importância do tema abordado lindamente de forma simbólica e poética.
“Insone” – Pela capacidade de síntese na narração em tão pouco tempo, de uma história de aventura do imaginário infantil.

MOSTRA COMPETITIVA DE LONGAS-METRAGENS:
Melhor Filme – “Henfil” Melhor Direção – Angela Zoé (“Henfil”)
Melhor Roteiro – Angela Zoé e Gabriela Javier (“Henfil”)
Melhor Fotografia – Alisson Prodlik (“Os Príncipes”)
Melhor Montagem – João Rodrigues e Indira Rodrigues (“Henfil”)
Melhor edição de som – Marcito Vianna (“Os Príncipes”)
Melhor Trilha Sonora – Gustavo Jobim (“Os Príncipes”)
Melhor Direção de Arte – Letycia Rossi (“Dias Vazios”)
Melhor Ator Coadjuvante – Tonico Pereira (“Os Príncipes”)
Melhor Atriz Coadjuvante – Carla Ribas (“Dias Vazios”)
Melhor Ator – Ex-Aequo: Igor Cotrim (“Os Príncipes”) e Arthur Ávila (“Dias Vazios”)
Melhor Atriz – Patrícia Niedermeier (“Os Príncipes”)

PRÊMIO DA CRÍTICA
Melhor Longa-Metragem - Christabel 
Melhor Curta Nacional – Abismo (Menção Honrosa para Universo Preto Paralelo)
Melhor Curta Pernambuco – Seja Feliz 

PRÊMIO CANAL BRASIL
Melhor Curta: Universo Preto Paralelo
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