Diario de Pernambuco
Busca
Televisão 'Cadê o mangue, gente?', questiona Astrid ao gravar o Saia Justa no Recife Em entrevista ao Viver, ela recordou ligação com o manguebeat, elogiou a autoestima do pernambucano e comentou o trabalho na TV

Por: Fernanda Guerra - Diario de Pernambuco

Publicado em: 09/05/2017 16:12 Atualizado em: 09/05/2017 16:14

Astrid Fontenelle durante as gravações do Saia Justa no Recife. Foto: Instagram/Reprodução
Astrid Fontenelle durante as gravações do Saia Justa no Recife. Foto: Instagram/Reprodução


Astrid Fontenelle era apresentadora na MTV quando Chico Science & Nação Zumbi e o movimento manguebeat despontaram nacionalmente. Por isso, o Recife dos anos 1990 ocupa um lugar afetivo na memória da apresentadora do Saia justa, exibido no GNT. A carioca está no Recife desde segunda-feira, onde grava a edição itinerante do programa, que já passou por Fortaleza, Porto Alegre e Brasília. "Estou em uma região que já foi mangue. E fico me perguntando: 'cadê o mangue, gente?'", questionou a apresentadora, em entrevista ao Viver. Após filmagens externas no Bairro do Recife, a gravação no estúdio será nesta terça-feira, às 20h, no Teatro RioMar, no Shopping RioMar.

Com participações da cantora Karina Buhr e da blogueira Camila Coutinho, além de reportagens com Caio Braz, Johnny Hooker e Roger de Renor, o programa será exibido nesta quarta-feira, às 21h30. A pauta semanal foi definida após diálogos com dez personalidades do estado. "É um programa gravado no Recife, mas que será exibido nacionalmente. Então a gente busca temas universais com recortes locais", descreve a apresentadora. O bairrismo é uma característica evidente do pernambucano. Por isso, um dos blocos abordará "Como se constrói uma autoestima?", que terá pontuações da blogueira de moda Camila Coutinho sobre as redes sociais.

"Pelo que conheço, o pernambucano tem uma autoestima bem trabalhada. Recife é muito culto. Deve ser muito bom para a autoestima do estado ver nomes do mercado do cinema e da arte serem reconhecidos", analisa a apresentadora. Na posição de uma pessoa pública, Astrid ressalta que está em uma posição confortável no assunto, já que o seu trabalho é reconhecido nacionalmente. No Saia justa, programa que fala para um público segmentado de TV por assinatura, ela recebe mais críticas positivas que negativas. "Claro que, quando uma opinião destoa, você vai naquela. Se fosse crítica construtiva ou dando alguma sugestão, a gente analisa, mas no mundo das redes sociais, você vira uma 'vaca' em minutos", complementa.

No ar desde 2002, o Saia justa costuma levar para o centro do debate questões relacionadas à sociedade, seja em relacionamentos, política, família ou movimentos sociais. No ano passado, um dos temas recorrentes foi feminismo, com tópicos sobre sororidade e assédio sempre em pauta. Na atual temporada, a temática sobre empatia vem conduzindo as conversas entre Astrid, Mônica Martelli e as novatas Taís Araújo e Pitty. Astrid enxerga que houve um avanço na abordagem relacionada ao feminismo na televisão. Como exemplo, ela cita o caso José Mayer, acusado recentemente de ter assediado a figurinista da Globo Susllem Meneguzzi Tonani, que provocou o afastamento do ator e até reportagem veiculada no jornalismo da emissora, como no Jornal Nacional.

"Evoluiu em muitos espaços. O programa de Luciano Huck, por exemplo, começou como um grande sucesso com personagens fortes, como Tiazinha e Feiticeira. Hoje não fazem mais isso", recorda. Para a apresentadora, a luta contra o machismo ultrapassa as limitações do Saia justa. Recentemente, ela participou do primeiro clipe da carreira, algo que sempre recusava devido à trajetória da MTV, no vídeo da música Respeita as mina, de Kell Smith. Mãe de Gabriel, de 8 anos, Astrid leva o debate para a casa. "Eu não posso errar. A gente tem esses homens machistas que foram criados por mulheres. A cartilha lá em casa está bem ensinada", ratifica.

Saia Justa por Aí – Recife

O primeiro bloco do programa falará sobre as faces diurnas e noturnas da capital pernambucana, como um guia do que fazer para moradores e turistas. O bar Mansão do Amor, no Recife Antigo, foi um dos locais escolhidos. A cantora e compositora Karina Buhr será a primeira convidada do programa para discorrer sobre o assunto. O segundo momento da atração comentará sobre desilusões amorosas, um dos assuntos frequente na obra de Johnny Hooker. O cantor e compositor de músicas como Volta e Alma sebosa participa de VT sobre o tema. Na sequência, Camila Coutinho fala sobre a construção da autoestima com as redes sociais.

Acompanhe o Viver no Facebook:




MAIS NOTÍCIAS DO CANAL