Moda
Marca carioca é acusada de racismo por causa de estampa com escravas
Crítica feita pela pesquisadora Tâmara Isaac foi endossada por internautas anônimos e famosos, como Taís Araújo, e levou grife a prometer a retirada das lojas
Por: Agência Estado
Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco
Publicado em: 14/10/2016 17:02 Atualizado em: 14/10/2016 17:05
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| Peças fazem parte de coleção inspirada em obras do artista francês Jean-Baptiste Debret: Facebook/Reprodução e Maria Filó/Divulgação |
A marca carioca de roupas Maria Filó vem sendo acusada de racismo por usuários das redes sociais devido a uma estampa inspirada em obras do artista francês Jean-Baptiste Debret, da coleção Pindorama. A pesquisadora Tâmara Isaac escreveu um relato em seu Facebook mostrando-se indignada com a estampa de uma peça que traz a imagem de uma escrava servindo uma sinhá. Em menos de 24 horas, a reflexão já tem mais de mil compartilhamentos e 8 mil curtidas.
"Hoje, fui procurar umas blusinhas bacanas para comprar e entrei na loja da Maria Filó... Começo a olhar as roupas e me pergunto: Confere? É uma estampa de escravas entre palmeiras. É uma escrava com um filho nas costas servindo uma branca?", escreveu Tâmara. A publicação já conta com 6 mil curtidas e 759 compartilhamentos. No post (leia abaixo a íntegra), a pesquisadora conclui que a estampa que retrata a escravidão é de mau gosto e racista.
A atriz Taís Araújo, que já foi vítima de racismo e tem feito críticas contundentes contra o preconceito, repercutiu a mensagem de Tâmara. "A escravidão não pode virar 'pop', não pode ser vendida como uma peça de moda. A moda nos representa, nos posiciona, nos empodera, comunica quem somos. Não se pode fazer dela uma vitrine de uma história da qual devemos nos envergonhar. Já contaram nossa história de maneira distorcida. Esse (nosso) povo, na verdade, construiu esse país e merece respeito na nossa época!", desabafa ela.
Atualmente no ar no Vale a pena ver de novo, na reprise de Cheias de charme, Taís elogiou a atitude da pesquisadora. "Precisamos reconhecer o nosso valor. São atitudes como essa da Tâmara Isaac, que trouxe luz ao assunto das estampas, que me deixam a cada dia mais certa de que estamos no caminho. De nos encorajar com amor, nos abraçar e defender nossas ideias, nossos direitos e nossa história", diz ela (leia abaixo a íntegra).
Defesa
Em comunicado, a marca afirmou que o desenho foi inspirado na obra do artista francês Jean-Baptiste Debret e que a peça com o print, que já não está mais no site, será tirada de circulação: "A Maria Filó esclarece que a estampa em questão buscou inspiração na obra de Debret. Em nenhum momento houve a intenção de ofender. A marca pede desculpas e informa que já está tomando providências para que a estampa seja retirada das lojas".
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