Entrevista Johnny Hooker lança disco novo com show nesta sexta: "Canto sobre pessoas que vivem no extremo" Pernambucano colhe os frutos de sucessos como "Volta", "Alma Sebosa" e "Amor marginal

Por: Érica de Paula - Diario de Pernambuco

Publicado em: 26/03/2015 11:00 Atualizado em: 26/03/2015 11:07


Johnny Hooker durante elogiada apresentação no Abril Pro Rock 2014. Crédito: Abril Pro Rock/Divulgação
Johnny Hooker durante elogiada apresentação no Abril Pro Rock 2014. Crédito: Abril Pro Rock/Divulgação

Macumba, mandiga, feitiçaria. O recifense Johnny Hooker fez algo com as músicas do primeiro álbum solo Eu vou fazer uma macumba pra te amarrar, maldito!. Onze canções que falam sobre o amor, de uma maneira mais marginal, dão um tapa nos sentidos. Brega, frevo, jazz, electro, punk rock e um batuque daqueles que envolve o ouvido. A harmonia funciona tão bem que o CD está na lista dos mais vendidos no iTunes e mais ouvidos no Deezer (aplicativo de música), desde os primeiros dias do lançamento.

Para a estreia da turnê, Johnny retorna à casa e apresenta-se nesta sexta-feira (27), às 21h, no Teatro Luiz Mendonça, em Boa Viagem. “As músicas transitam (ou tentam transitar) por uma variedade de ritmos populares brasileiros. Os verdadeiramente populares, como brega, samba, frevo. E não o que eles dizem que é música popular e enfiam goela abaixo do povo na TV e na rádio”, explica Johnny, de 27 anos.

O trabalho foi gravado no Recife e em São Paulo, e tem produção própria e de Pedro Penna. O carro-chefe é a canção Volta. Ela não é a atual música de trabalho, mas já tem um carinho especial dos fãs devido ao sucesso que fez na trilha sonora do filme Tatuagem (2013), de Hilton Lacerda. O brega romântico que nos transporta à Rua da Aurora para lamentar é um autêntico “combo de sofrência”.



Outras duas canções ainda seguem na frente da música de trabalho, para garantir o sucesso do álbum. Em 2014, a canção Alma sebosa foi tema do personagem de Leandro Hassum na novela Geração Brasil, na qual Johnny viveu o personagem Thales Salgado, amigo da protagonista Manu (Chandelly Braz). E, por último, Amor marginal entra na trilha sonora da nova novela global das 21h, Babilônia. A música é tema da personagem Alice, interpretada por Sophie Charlotte.

As outras faixas não se perdem e nem são menos merecedoras de destaque. O álbum é todo costurado. A história de cada música, tem começo, meio e fim. Como toda relação, marginal ou não, as canções descrevem ciclos. Da primeira à última faixa há uma linha conceitual. “Partimos de Macumba, onde a vingança é declarada e vamos até Você ainda pensa?, que é a volta por cima, o virar da página. Para finalizar, Desbunde geral traz a expurgação dessa dor, outro carnaval que lava essa dor passada e dá um pequeno vislumbre do futuro”, explica.

Saindo da nossa zona de conforto cultural, o pernambucano dá um salto à frente da nova geração de músicos produzidos pelo estado. Canta as dores das paixões sem ser piegas, com letras profundas e fora do padrão “caixa” de relacionamentos.

E também não esquece suas raízes, sem precisar ser bairrista. “Sempre me fascinou contar histórias de pessoas que vivem ali na margem, no extremo, tanto social quanto passionalmente. Ninguém nunca me verá cantar sobre ‘fila do pão’, que nem Los Hermanos. Classe média sofre demais, não é?”.

Serviço
CD
Eu vou fazer uma macumba pra te amarrar, maldito!
Johnny Hooker
R$ 9,99, à venda no iTunes

SHOW
Quando:
Sexta-feira (27), às 21h
Onde: Teatro Luís Mendonça (Parque Dona Lindu, Boa Viagem).
Ingressos: R$ 60 e R$ 30 (meia), à venda no Eventick

Confira Johnny Hooker com Alma sebosa:



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