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PE e Recife Aumento dos casos de dengue, chikungunya e zika leva a estado de emergência Governador Paulo Câmara e o prefeito do Recife, Geraldo Julio, assinaram decretos para mitigar efeitos epidemiológicos das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti

Publicado em: 30/11/2015 08:57 Atualizado em:

Pernambuco e Recife estarão em situação de emergência, pelos próximos 180 dias, a partir de amanhã, devido ao aumento dos casos de dengue, chikungunya e zika, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Ontem pela manhã, um dia depois de o Ministério da Saúde confirmar a relação inédita entre o zika vírus e o aumento dos casos de microcefalia, o governador Paulo Câmara e o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, assinaram os decretos que serão publicados no Diário Oficial do estado e do município.

Os decretos visam mitigar efeitos epidemiológicos e também designam as Secretarias de Saúde, do estado e da capital, como coordenadoras das ações. Na prática, a situação de emergência autoriza a adoção de todas as medidas administrativas necessárias como imediata resposta por parte do poder público à situação vigente.

O documento municipal oficializa a Força Tarefa de Enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti na capital e coloca todos os órgãos e entidades públicas do município no enfrentamento da situação de emergência, sob a coordenação da SES. O governo federal também disponibilizou 800 homens do Exército para ajudar no controle do mosquito. No último sábado, a prefeitura iniciou uma campanha de combate ao aedes. O primeiro bairro visitado foi a Cohab. A ideia é passar por 1.050 imóveis até o final da ação. Um cronograma será divulgado, até amanhã, com as atividades que serão realizadas durante os próximos meses.

Recife tem 25 mil casos de dengue notificados e já havia sido classificada pelo Ministério da Saúde como uma das cidades em alerta. Em Pernambuco, o último boletim do Ministério da Saúde aponta 487 notificações e 175 confirmações de microcefalia. Em todo o país, o número chegou a aos 739 casos suspeitos, com nascimentos em 160 municípios, distribuídos em nove estados.

A relação entre o zika vírus e a anomalia foi confirmada a partir do resultado de exames feitos em um bebê nascido no Ceará pelo Instituto Evandro Chagas, órgão do Ministério da Saúde em Belém, no Pará. Também foram constatados dois casos de morte relacionadas ao vírus, sendo um em São Luís, no Maranhão, e outro em Benevides, no Pará.

Hoje, o Ministério da Saúde divulga o terceiro boletim epidemiológico, com números atualizados de casos de microcefalia, e de investigação das causas. Na ocasião, a equipe técnica do ministério irá falar sobre os casos de óbitos pelo vírus zika, registrados na última semana no país.

À tarde, os ministros da Saúde, Integração Nacional e o secretário de Defesa Civil,estarão em Pernambuco, para lançamento do Plano Estadual de Enfrentamento das Doenças Transmitidas pelo Aedes.

saibamais

Entenda as diferenças entre Dengue, Zika e Chikungunya

Febre

Dengue
Acima de 38,5°
4 a 7 dias de duração

Zika
Sem febre ou febre baixa
1 a 2 dias de duração

Chikungunya
Febre alta
2 a 3 dias de duração

Manchas na pele

Dengue
Acontece em 30% até 50% dos casos
Surge a partir do 4º dia

Zika
Acontece em todos os casos
Surge no 1° ou 2° dia

Chikungunya
Acontece em 50% dos casos
Surge entre o 2º e o 5º dia

Dor articular

Dengue
Intensidade leve

Zika
Intensidade leve a moderada

Chikungunya
Intensidade moderada a forte

Inchaço nas articulações

Dengue
É raro

Zika
Frequente, mas de leve intensidade

Chikungunya
Frequente e de intensidade moderada a forte

Outros sintomas

Conjuntivite
É mais frequente no zika do que no chikungunya e raro na dengue

Sangramento
Não ocorre na zika e é mais frequente na dengue

Dor nos músculos
É mais frequente na dengue

Dor nas articulações
É mais comum no zika e chikungunya

Fonte: Carlos Brito, pesquisador e colaborador da Fiocruz

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