Tragédia Cármen Lúcia diz que ainda não analisou como ficará andamento da Lava Jato "Não estudei nada por enquanto. A minha dor é humana, como eu tenho certeza é a dor de todo brasileiro por perder um juiz como esse", disse

Publicado em: 19/01/2017 22:45 Atualizado em:

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, disse nesta quinta-feira que ainda não estudou como ficará o andamento dos processos da Operação Lava Jato. O ministro Teori Zavascki, que morreu em acidente de avião na tarde de hoje, era o responsável pela condução das investigações na Corte.

Saiba mais...
Zavascki estava prestes a homologar delações de executivos da Odebrecht Senadores lamentam morte de Teori e elogiam sobriedade e equilíbrio do ministro Sérgio Moro e membros da força-tarefa da Lava Jato lamentam morte de Teori Troca de ministro do STF que morreu no exercício do cargo levou quase 45 dias Quem foi Teori Zavascki na Lava Jato? Presidente do PT diz que Teori foi homem público exemplar Após morte de Teori, saiba o que pode acontecer com a Lava Jato no STF Veja repercussão da morte de Teori Zavascki Paulo Câmara divulga nota de pesar pela morte de Teori Zavascki OAB-PE divulga nota de pesar pela morte de ministro do STF TJ-PE lança nota de pesar pela morte de ministro do STF Velório de Teori Zavascki deve ser em Porto Alegre 'Trabalho de Teori permanecerá para sempre', diz Cármen Lúcia Filho de Teori Zavascki descarta sabotagem em acidente aéreo que matou seu pai Dono do hotel Emiliano é um dos mortos no acidente aéreo em Paraty Imprensa internacional repercute morte de Teori Zavascki Nova testemunha pode mudar rumo de investigações sobre morte de Eduardo Campos Morte de Zavascki pode atrasar Lava Jato, mas não minar operação, diz Eurasia Aeronáutica informa que cinco pessoas estavam a bordo de avião em Paraty Filho confirma morte de Teori Zavascki em acidente de avião no Rio de Janeiro Cármen Lúcia retorna com urgência a Brasília por causa do acidente em Paraty Temer deixa reunião sem se pronunciar sobre queda de avião Gremista, pai e relator da Lava-Jato: relembre a trajetória de Teori "A gente tentou regastá-la", diz homem que foi ao local de acidente aéreo Mesmo com troca de relator, Lava-Jato não deve sofrer atrasos, diz advogado Pela regra, relator da Lava-Jato seria novo ministro indicado pelo Planalto Lava-Jato pode ficar na mão de ministro indicado por Temer Delegado da Lava-Jato pede investigação aprofundada de acidente com Zavascki Veja o local onde o avião que levava o ministro do STF Teori Zavascki caiu Procuradores da força-tarefa da Lava Jato lamentam morte de Teori Temer lamenta morte de Teori e decreta luto oficial de três dias Bombeiros localizam três corpos dentro do avião que caiu em Paraty Rodrigo Janot e juízes lamentam morte de Teori Zavascki Brasil perde cidadão exemplar e justo magistrado, diz Padilha sobre Teori "Perco um amigo querido", diz Barroso sobre morte de Teori "Teori desempenhou com destemor seu papel no STF", diz Dilma
“Não estudei nada por enquanto. A minha dor é humana, como eu tenho certeza é a dor de todo brasileiro por perder um juiz como esse", disse.

Cármen Lúcia recebeu a notícia da morte de Teori em Belo Horizonte e retornou no início noite a Brasília para acompanhar o caso. Aparentemente abatida, a ministra foi diretamente do aeroporto ao Supremo para falar com os jornalistas sobre a morte de Teori, a quem chamou de “um amigo super afetuoso, leal, digno”.

Durante entrevista, Cármen Lúcia confirmou que o velório do ministro será em Porto Alegre, onde mora a família dele, e não no Salão Branco do STF, como é tradicional na Corte. Ela informou estar em contato constante com a família de Teori, de quem partiu o pedido para que o velório fosse realizado na capital gaúcha, onde o ministro morava e onde construiu sua carreira. "O Supremo acata e dará todo o suporte para tudo que for necessário”, disse a presidente do STF. A data ainda não foi definida porque o Corpo de Bombeiros de Paraty (RJ) ainda faz o trabalho de busca dos corpos.

“O Supremo se ressente e vai ressentir sempre da perda de um juiz como esse. Esperamos agora que o desenlace dos acontecimentos aconteça de uma maneira bem humana”, acrescentou.

Regimento Interno
Com a morte de um ministro, o Artigo 38 do Regimento Interno do Supremo prevê que os processos deverão ser herdados pelo juiz que ocupar a vaga. Ou seja, seria necessário aguardar a escolha de um novo ministro pelo presidente da República para substituir Teori e, com isso, assumir todos os processos do magistrado, incluindo os da Lava Jato.

Outro trecho do regimento, no entanto, faz exceção para alguns tipos de processo cujo atraso na apreciação poderia acarretar na falha de garantia de direitos, no caso de ausência ou vacância do ministro-relator. Por exemplo: habeas corpus e mandados de segurança. Nesses casos, as ações podem ser redistribuídas a pedido da parte interessada ou do Ministério Público.

Casos excepcionais
A presidente do STF, ministra Carmén Lúcia, tem a prerrogativa de, a seu critério, em casos excepcionais, ordenar a redistribuição dos demais tipos de processo, como um inquérito, por exemplo, que é o estágio em que se encontra a tramitação da Lava Jato no STF.

Assessores jurídicos do STF levantaram também a hipótese, embora menos provável, de que os ministros possam se reunir para, inclusive, modificar o regimento e adequá-lo à situação. Por isso, eles afirmaram ser precipitado definir o que pode ocorrer com a parte da Operação Lava Jato que tramita na Corte.

Quando o ministro Carlos Alberto Menezes Direito morreu, em 1º de setembro de 2009, o ministro sucessor, Dias Toffolli, herdou cerca de 11 mil processos, com exceção daqueles nos quais ele havia atuado como advogado.


MAIS NOTÍCIAS DO CANAL