Muitos confundem a data de 25 de novembro, consagrada, no Brasil, como Dia Nacional do Doador de Sangue, com o Dia Mundial de Sangue, que se comemora em 30 de junho, quando, em 1964, foi criado, através de decreto-lei, numa homenagem praticamente aos anônimos, que se sensibilizam em praticar tão belo gesto, apesar de simples salva vidas. Como se sabe, essa atitude tão nobre e mesmo considerada heroica sofreu uma grande queda, no auge da pandemia do Covid-19, que ceifou a vida de milhares de pessoas, no mundo inteiro. Praticamente, houve a redução de metade dos doadores, durante o período mais grave do novo coronavírus, causando grande impacto nos hemocentros coletores. E, no Brasil, não foi diferente. Também o Recife sofreu uma grande baixa nos estoques dos diversos tipos sanguíneos. Assim, a data deve ser bastante comemorada e os doadores merecem obter todas as honrarias e o reconhecimento não só daqueles que foram beneficiados, recebendo as doações, como, de um modo geral, o restante da população que pode, a qualquer momento, necessitar de tão significativa ajuda.

Tem-se como critério, sempre que alguém precisa fazer uma cirurgia, que se leve antes um doador voluntariamente, a fim de suprir o estoque que será reduzido. Todavia, embora seja bastante sensato tal discernimento, nem sempre tal ato se torna obrigatório. Afirmo com convicção, pois já me submeti a várias cirurgias e recebi, livremente, em diversas oportunidades, da Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco - Hemope - o precioso líquido, tão necessário à vida. Justo, portanto, ressaltar, nesta oportunidade, a doação voluntária de sangue, um ato que ocorre de forma bastante significativa e que merece todos os encômios, por externar a qualidade moral de solidariedade humana. Importante o papel que desempenha quem pratica a doação contínua, por ser um gesto humano louvável que incentiva o surgimento de novos doadores, pois todo sangue coletado é concentrado em um hemocentro para posterior uso em transfusões de sangue.

Alguns requisitos, todavia, são necessários para a doação de sangue. O doador deve pesar, pelo menos, 55 quilos, gozar boa saúde, estar devidamente alimentado, não ingerir bebidas alcoólicas, nas vésperas da doação e ter entre dezesseis e setenta anos.

No País, costuma-se, no período compreendido entre 23 e 28 de novembro empreender-se uma campanha que ganhou a denominação de “Somos todos do mesmo sangue”, período em que todos os hemocentros se unem com a finalidade de prestigiar o Dia Nacional do Doador de Sangue, cuja finalidade primordial é prestigiar tão nobre gesto. Importante saber-se que, lamentavelmente, dois por cento da população brasileira doam sangue, quantitativo bem abaixo do estabelecido pela OPAS -Organização Pan-Americana de Saúde – , quando é sabido, positivamente, que países da Europa fazem doação de cerca de cinco por cento, reservas essas que se tornam indispensáveis para o controle de sangramentos, principalmente quando da realização de cirurgias. Menos de meio litro de sangue são coletados de cada doador, pois todo esse sangue é, posteriormente, recuperado, não prejudicando o doador, sendo, entretanto, de grande utilidade por quem é doado.