José Lourenço de Lima, um intelectual de Camocim
Luciano Caldas Pereira de Carvalho Júnior
Advogado
Publicado em: 08/12/2022 03:00 Atualizado em:
José Lourenço de Lima nasceu no dia 2 de dezembro de 1910, por volta das cinco horas da manhã, em Camocim de São Felix, na época distrito do município de Bezerros, motivo de orgulho para ele.
Aos quinze anos ingressou no Seminário de Olinda, onde estudou até o ano de 1935, quando obteve os diplomas nos cursos de latinidade, filosofia e teologia. O Seminário de Olinda, centro de formação dos futuros sacerdotes, foi fundado por Azeredo Coutinho, em fevereiro de 1800. Determinações diversas o demoveram de seguir a carreira eclesiástica. Porém, moldou o futuro professor, veio das aulas no Seminário sua paixão pelo latim. Graduado em ciências jurídicas e sociais, pela Faculdade de Direito do Recife, contudo nunca exerceu a advocacia, nem nenhuma outra profissão jurídica. Sua vocação sempre foi o magistério, iniciando como professor no Ginásio de Limoeiro, fundado e dirigido pelo padre Nicolau Pimentel. Como o próprio José Lourenço falava: “Serviu de noviciado aos misteres do ensino.” Depois tornou-se professor de latim e português de vários colégios e escolas do Recife. Inclusive do Instituto de Educação do Estado, onde ingressou, por concurso, para a vaga da cátedra de Latim, com a monografia: O exercício da palavra. Foi professor de Filologia Romântica da UFPE, diretor da Faculdade de Filosofia e do Instituto de Letras, da mesma universidade. Após a sua aposentadoria, recebeu o título de Professor Emérito. Também, foi professor da Universidade Católica.
Teve atuação política e sindical. No ano de 1945, José Lourenço de Lima junto com um grupo de líderes católicos, os professores Andrade Bezerra, Barreto Campelo, Luís Guedes Alcoforado e mais, os empresários Arlindo Dubeux e Antônio da Fonte, fundaram o Partido Democrata Cristão em Pernambuco. Participando inclusive como membro do diretório, juntamente com o Monsenhor Arruda Câmara, uma das maiores expressões da democracia cristã no Brasil. O PDC surgiu como oposição ao Estado Novo. Em 1947, foi dirigente do Sindicado dos Professores. Deve-se destacar sua atuação no movimento de emancipação política de sua terra natal, no ano de 1953, principalmente, através de seus artigos jornalísticos. Também foi conselheiro e presidente do Conselho de Cultura do Recife.
Como um bom intelectual, teve convivência com os demais intelectuais do estado. Frequentava sempre as tardes de sábados, na Livraria e Editora Nacional, localizada na Rua da Imperatriz, onde se conversava sobre cultura, ouvia-se uma boa música e bebia um pouco. Participou de várias instituições culturais. Como associado honorário da Sociedade Brasileira dos Médicos Escritores, foi presenteado, na passagem do seu octogésimo aniversário de vida, com um livro, com artigos escritos pelos sócios da SOBRAMES em sua homenagem, que tem um título sugestivo: José Lourenço de Lima – Medico da Palavra. Imortal da Academia Pernambucana de Letras, tomou posse no ano de 1975, na Cadeira nº 18, cuja o patrono é Afonso Olindense, na vaga por falecimento de Paulino de Andrade. Foi saudado pelo acadêmico Ruy de Ayres Bello. Nesta casa proferiu diversas palestras sobre a língua portuguesa e sobre vários escritores. Tendo uma atuação formidável, sendo secretário desta instituição por diversas diretorias. Colaborador do Diario de Pernambuco, por mais de trinta anos, onde toda quarta-feira tinha uma crônica sua. Muitas delas foram reunidas no seu livro: De Pessoas e Coisas Várias (crônicas), também publicou outros livros: O Classicismo Grego-Latino e a Lei de Diretrizes e Base, O humanista D. Frei Amador Arraiz, O Sagrado no mundo da técnica, e o Exercício da Palavra. Assim, perpetuou o seu apostolado linguístico.
Faleceu no Recife, em 1993. Foi latinista, professor, filólogo, bacharel em latinidade, filosofia, teologia, e ciências jurídicas e sociais, contribuindo muito para a formação profissional e intelectual de várias gerações de pernambucanos.
Aos quinze anos ingressou no Seminário de Olinda, onde estudou até o ano de 1935, quando obteve os diplomas nos cursos de latinidade, filosofia e teologia. O Seminário de Olinda, centro de formação dos futuros sacerdotes, foi fundado por Azeredo Coutinho, em fevereiro de 1800. Determinações diversas o demoveram de seguir a carreira eclesiástica. Porém, moldou o futuro professor, veio das aulas no Seminário sua paixão pelo latim. Graduado em ciências jurídicas e sociais, pela Faculdade de Direito do Recife, contudo nunca exerceu a advocacia, nem nenhuma outra profissão jurídica. Sua vocação sempre foi o magistério, iniciando como professor no Ginásio de Limoeiro, fundado e dirigido pelo padre Nicolau Pimentel. Como o próprio José Lourenço falava: “Serviu de noviciado aos misteres do ensino.” Depois tornou-se professor de latim e português de vários colégios e escolas do Recife. Inclusive do Instituto de Educação do Estado, onde ingressou, por concurso, para a vaga da cátedra de Latim, com a monografia: O exercício da palavra. Foi professor de Filologia Romântica da UFPE, diretor da Faculdade de Filosofia e do Instituto de Letras, da mesma universidade. Após a sua aposentadoria, recebeu o título de Professor Emérito. Também, foi professor da Universidade Católica.
Teve atuação política e sindical. No ano de 1945, José Lourenço de Lima junto com um grupo de líderes católicos, os professores Andrade Bezerra, Barreto Campelo, Luís Guedes Alcoforado e mais, os empresários Arlindo Dubeux e Antônio da Fonte, fundaram o Partido Democrata Cristão em Pernambuco. Participando inclusive como membro do diretório, juntamente com o Monsenhor Arruda Câmara, uma das maiores expressões da democracia cristã no Brasil. O PDC surgiu como oposição ao Estado Novo. Em 1947, foi dirigente do Sindicado dos Professores. Deve-se destacar sua atuação no movimento de emancipação política de sua terra natal, no ano de 1953, principalmente, através de seus artigos jornalísticos. Também foi conselheiro e presidente do Conselho de Cultura do Recife.
Como um bom intelectual, teve convivência com os demais intelectuais do estado. Frequentava sempre as tardes de sábados, na Livraria e Editora Nacional, localizada na Rua da Imperatriz, onde se conversava sobre cultura, ouvia-se uma boa música e bebia um pouco. Participou de várias instituições culturais. Como associado honorário da Sociedade Brasileira dos Médicos Escritores, foi presenteado, na passagem do seu octogésimo aniversário de vida, com um livro, com artigos escritos pelos sócios da SOBRAMES em sua homenagem, que tem um título sugestivo: José Lourenço de Lima – Medico da Palavra. Imortal da Academia Pernambucana de Letras, tomou posse no ano de 1975, na Cadeira nº 18, cuja o patrono é Afonso Olindense, na vaga por falecimento de Paulino de Andrade. Foi saudado pelo acadêmico Ruy de Ayres Bello. Nesta casa proferiu diversas palestras sobre a língua portuguesa e sobre vários escritores. Tendo uma atuação formidável, sendo secretário desta instituição por diversas diretorias. Colaborador do Diario de Pernambuco, por mais de trinta anos, onde toda quarta-feira tinha uma crônica sua. Muitas delas foram reunidas no seu livro: De Pessoas e Coisas Várias (crônicas), também publicou outros livros: O Classicismo Grego-Latino e a Lei de Diretrizes e Base, O humanista D. Frei Amador Arraiz, O Sagrado no mundo da técnica, e o Exercício da Palavra. Assim, perpetuou o seu apostolado linguístico.
Faleceu no Recife, em 1993. Foi latinista, professor, filólogo, bacharel em latinidade, filosofia, teologia, e ciências jurídicas e sociais, contribuindo muito para a formação profissional e intelectual de várias gerações de pernambucanos.
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