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O visionário Bill Gates

Antônio Campos
Presidente da Fundação Joaquim Nabuco

Publicado em: 20/03/2020 03:00 Atualizado em: 20/03/2020 07:26

Em 2015, Bill Gates proferiu uma palestra intitulada “A próxima epidemia? Não estamos preparados!”, na plataforma TED TALKS, na qual fez uma análise sobre o temor da sociedade acerca da próxima tragédia global e alertou que não se trataria de uma nova guerra mundial, mas sim, que seria mais provável que nas próximas décadas surgisse um vírus altamente contagioso. “Não mísseis, mas micro-organismos”, disse Bill Gates, acertadamente em sua previsão diante do cenário global de pandemia de coronavírus.

Fato é que as nações se preocuparam muitos mais em prevenir uma terceira guerra mundial, investindo em estratégias antinucleares e muito pouco em um sistema que detenha uma epidemia, ou seja: não estamos preparados para uma pandemia como a atual da Covid-19.

O vírus ebola durante a fase de contágio deixava a maioria das pessoas acamadas e não era transmissível pelo ar, por conta disso ficou limitado às áreas rurais, não entrando em muitas áreas urbanas, sendo este último fator puramente sorte! Desta vez, não tivemos tanta sorte. Diferentemente do ebola, o coronavírus é transmitido com grande facilidade, adentrou em várias áreas urbanas e deixa os pacientes aparentemente bem no estágio contagioso, como se fosse uma gripe comum, a ponto de seguirem suas vidas normalmente.

 Os números atestam o fracasso global de combate às epidemias desde a gripe espanhola, em 1918, que matou mais de 30 milhões de pessoas.

Como se vê, não existe solução sem sistemas de saúde fortes. A OMS falhou, inicialmente, no combate à pandemia do coronavírus.

Infelizmente, nos parece que Bill Gates estava correto, pois não nos preparamos, e agora, não estamos prontos para enfrentar esta pandemia global. Em tempos de fake news, é dever da União, dos estados e dos municípios atuarem como fontes confiáveis, evitando que ocorra a propagação de informações erradas e que causem temor desnecessário, além de desenvolverem políticas diferenciadas para parcelas da população.

A crise global do coronavírus impõe um Estado mais cuidador e não apenas regulador. Os estados e os governos das nações vão ter que agir rapidamente para socorrer os doentes e a economia, protegendo também os mais pobres, que, certamente, mais sofrerão.

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