COLUNA

Balança Comercial tem saldo acima de US$ 100 bilhões

Balança comercial brasileira teve superavit de US$ 8,5 bilhões em maio
Por: Ecio Costa

Publicado em: 10/06/2024 10:26

A balança comercial brasileira teve superavit de US$ 8,5 bilhões em maio. O resultado representa uma queda de 22,3% em relação ao mesmo mês em 2023, quando o saldo positivo foi de US$ 11,0 bilhões. Esse é o 3º maior saldo para o mês desde o início da série histórica em 1989, e só perde para os anos de 2023 e 2021. Com este resultado, no acumulado de 12 meses, o saldo já passa de US$ 100 bilhões, acima do valor encerrado em 2023, quando atingiu US$ 98,8 bilhões. O novo recorde pode ser confirmado no final do ano, a depender do desempenho ao longo dos próximos meses, mas o saldo até maio desse ano (US$ 35,9 bilhões) já se encontra maior que o de 2023 (US$ 34,5 bilhões).

As exportações foram de US$ 30,3 bilhões em maio de 2024, uma queda de 7,1% em relação a 2023 (US$ 32,7 bilhões). As importações totalizaram US$ 21,8 bilhões, o que representa um crescimento de 0,5% em relação a 2023 (US$ 21,7 bilhões). A corrente de comércio teve uma queda importante de 4,1%.

A queda veio tanto da redução do volume quanto do preço dos itens exportados. As importações cresceram em volume, mesmo com queda dos preços dos itens importados, mostrando contração dos preços internacionais de bens exportados e importados, talvez um reflexo da desaceleração econômica chinesa.

A indústria extrativa foi o único setor com crescimento em maio, 13,8% em valor. A indústria de transformação teve queda de 9,2% no valor exportado. A agropecuária, por sua vez, apresentou queda de 18,5% devido à queda dos preços internacionais das commodities de 15,7% e do volume exportado, 3,4%.

A exportação de óleos brutos de petróleo teve um crescimento de 35,9% em valor, sendo o segundo item mais importante nas exportações, com 15,8%, atrás da soja, que deteve 19,0%, apesar da queda de 28,9% em valor. O minério de ferro teve uma queda de 16,6%, sendo o terceiro item mais exportado, respondendo por 8,1% das exportações totais.

A China manteve a liderança como principal destino das exportações totais brasileiras, com 32,4% do total, mas com queda do valor de US$ 10,67 bilhões em 2023 para US$ 9,83 bilhões em 2024. EUA e União Europeia apresentaram aumentos de 3,2% e 23,1%, respectivamente. A Argentina apresentou forte queda de 42,7%.

O resultado de maio aponta para um forte crescimento do setor exportador de óleos brutos de petróleo, com aumento no preço e no volume, o que tem ajudado nos valores exportados. A queda nos preços reflete muito a situação de desaceleração econômica da China. Essa forte concentração na China como destino continua a representar um risco importante.