Minas Gerais revela tradição e sabores em expedição pela Serra da Mantiqueira
Diario de Pernambuco percorreu cidades históricas e viveu experiências que celebram o turismo e a cultura do interior mineiro
Publicado: 09/11/2025 às 18:10
A convite do Governo de Minas Gerais, a equipe do Diario de Pernambuco percorreu a Serra da Mantiqueira (Bruno Figueiredo / Secult-MG / Codemge)
A convite do Governo de Minas Gerais, o Diario de Pernambuco, por meio da coluna Giro, embarcou em mais uma expedição pelo estado, desta vez explorando as riquezas culturais, gastronômicas e naturais da Serra da Mantiqueira. Após vivenciar uma jornada inesquecível pelo Lago de Furnas, a equipe voltou a Minas para conhecer de perto cidades que preservam tradições seculares, artesanato local e uma hospitalidade que é marca registrada dos mineiros.
Com pouco mais de 13 mil habitantes e 1.005 km² de extensão, Andrelândia foi o primeiro destino da rota. O município impressiona pela combinação entre natureza, história e empreendedorismo local. Por lá, visitamos o Alambique da Cachaça Me Leva e o Lagar do Azeite Querubins, conduzidos pelo gerente Caio Soares Leite, que apresentou todo o processo artesanal de produção. No alambique, o sabor e o aroma da cachaça remetem aos antigos modos de fazer. Já no lagar, o azeite é extraído com respeito à natureza, garantindo frescor e qualidade em cada gota, um verdadeiro ouro líquido mineiro.
Ainda no centro da cidade, a equipe conheceu a Doce com Amor, loja comandada há cinco anos por Ricelli e Jaciara Martins. Com 70% do público formado por turistas, o local é uma parada obrigatória para quem busca sabores afetivos. Entre as especialidades, o pão de mel e o brigadeiro caseiro conquistam visitantes de todas as partes do país.
Na mesma região, está a Fazenda Generosa, de Joaquim Luiz, responsável pela produção do queijo Lendário da Generosa, o mais premiado do Brasil, com sete títulos e reconhecimento internacional. O produto, fabricado desde 1980, ganhou destaque mundial ao ser o único queijo brasileiro servido ao Rei Charles III, em Londres, em 2023. Orgulho mineiro que leva o sabor de Andrelândia para o mundo.
A cidade também é abrigo para o talento de diversos artesãos locais, reunidos em um casarão histórico que pertenceu ao Barão de Cabo Verde, fundado em 1835. Há três anos, o espaço passou a funcionar como escola de cerâmica, acolhendo cerca de 30 alunos e mantendo viva a tradição do trabalho manual, que transforma o barro em arte.
Outro ponto de destaque é o Cine-Theatro Glória, inaugurado em 1886 e localizado no coração de Andrelândia. O prédio, que já abrigou carruagens e projeções de cinema, foi totalmente restaurado pela prefeitura e hoje volta a ser palco de apresentações culturais, resgatando uma parte importante da memória afetiva da cidade.
Um dos passeios mais marcantes foi ao Parque Arqueológico da Serra de Santo Antônio, conduzido pelo experiente guia Evaristo Teixeira Neto, de 78 anos, que há 17 atua na preservação do local. Após uma caminhada de 40 minutos, é possível chegar à Toca do Índio, abrigo natural que guarda mais de 600 pinturas rupestres, datadas da década de 1970. O espaço é considerado o maior monumento arqueológico do sul de Minas e um verdadeiro santuário da história brasileira.
A jornada seguiu até a Vinícola ABN, a única de Andrelândia, comandada por Niclodênio Evaldo da Silva. Com 26 anos de tradição, a propriedade de 5 hectares produz e comercializa vinhos premiados, como o Cabernet Sauvignon, o mais procurado entre os visitantes. A paisagem ao redor da vinícola, cercada por montanhas, completa a experiência de enoturismo com um cenário de tirar o fôlego.
De Andrelândia, a expedição partiu rumo a Bom Jardim de Minas, cidade de pouco mais de 6 mil habitantes. O primeiro destino foi o Parque Municipal do Taboão, com 4 hectares de extensão. Acompanhados pelo guia Roni Carvalho e pelo prefeito Chiquinho (MDB), o grupo conheceu as cachoeiras das Crianças, do Presépio e do Remanso, que encantam pela beleza natural e águas turvas.
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Encerrando o dia, visitamos a Cachaçaria Capitão, comandada por Paulo Cézar, representante de uma família que mantém viva a tradição há três gerações. Fundada oficialmente em 2019, a cachaçaria produz cerca de 12 mil litros por ano, com destaque para a cachaça Amburana, seu carro-chefe. A marca já conquistou medalhas em competições nacionais e internacionais, incluindo o Concurso Mundial de Bruxelas.
A última parada foi no Meliponário Mel Mágico, um dos mais encantadores do país. Criado há cinco anos, o local abriga 250 colônias e mais de mil abelhas por colmeia, incluindo espécies raras como a Mombucão, considerada a mais cara e ameaçada de extinção no Brasil. O espaço é mantido por jovens como Robson Neto, de 14 anos, que, com orgulho, compartilha os segredos da produção do mel, um trabalho que alia sustentabilidade, biodiversidade e amor pela natureza.
Entre histórias, tradições e paisagens deslumbrantes, a passagem do Giro pela Serra da Mantiqueira revelou o que Minas Gerais tem de melhor: sua gente acolhedora, seus sabores autênticos e uma herança cultural que resiste ao tempo e encanta a todos que por lá passam.