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JUSTIÇA

Caso Esther: juíza diz que liberdade provisória seria "risco à integridade física" de investigados

Fernando Santos de Brito, de 31 anos, e Fabiano Rodrigues de Lima, de 27, foram presos em flagrante pot ocultação de cadáver. Eles negam participação no crime

Felipe Resk

Publicado: 22/10/2025 às 17:38

Suspeitos moravam na casa onde corpo da menina foi encontrado/Sandy James/DP Foto

Suspeitos moravam na casa onde corpo da menina foi encontrado (Sandy James/DP Foto)

A juíza Roberta Barcala Baptista Coutinho, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), decretou, nesta quarta-feira (22), a prisão preventiva de dois suspeitos de envolvimento na morte da menina Esther Isabelly, de 4 anos, que foi encontrada em uma cacimba, em São Lourenço da Mata, no Grande Recife. Os investigados negam participação no crime.

Os suspeitos, Fernando Santos de Brito, de 31 anos, e Fabiano Rodrigues de Lima, de 27, foram presos em flagrante pelo crime de ocultação de cadáver – e não por homicídio. Segundo a investigação, eles eram inquilinos e moravam no imóvel em que o corpo da criança foi achado, com sinais de violência, na tarde de terça-feira (21).

O Diario de Pernambuco teve acesso à decisão que manteve os dois na cadeia. Nela, a magistrada afirma que a prisão seria necessária para garantir a “ordem pública”, por causa da “gravidade do crime e de sua repercussão”, mas também a segurança dos suspeitos.

“As circunstâncias da prisão dos flagranciados revelam e evidenciam a inadequação das cautelares diversas da prisão, recomendando o caso concreto a necessidade da medida extrema, impedindo a reiteração delitiva, com conveniência inconteste para a instrução criminal”, escreveu.

“Explico. O réu Fabiano é primário enquanto que Fernando ostenta condenação por roubo e responde por um furto, entretanto o crime perpetrado causou imensa repercussão social, atenta contra o mais importante dos bens jurídicos - a vida - sem mencionar que seria um risco à integridade física dos autuados a concessão da liberdade provisória.”

Corpo

Esther desapareceu na tarde de segunda-feira (20), enquanto brincava com os irmãos, de 10, 8 e 7 anos, perto de um campo de futebol, no bairro Pixete, próximo à casa das crianças.

Em depoimento, os meninos afirmaram ter visto o momento em que um homem encapuzado teria arrebatado a criança e levado até um imóvel. As crianças, no entanto, não souberam apontar a identidade do criminoso.

O sumiço de Esther mobilizou o bairro. Familiares e vizinhos fizeram buscas e chegaram a ir à casa onde o corpo da menina seria encontrado, na tarde de terça-feira (21), jogado em uma cacimba de 3,8 metros de profundidade. O desaparecimento durou cerca de 21 horas.

O cadáver apresentava lesões no rosto. Nesta quarta, perícia do Instituto de Medicina Legal (IML) apontou que a causa da morte teria sido traumatismo cranioencefálico provocado por instrumento contundente.

Em depoimento, o proprietário do imóvel afirmou que o terreno seria completamente murado e apenas Fernando e Fabiano, que moravam em casas diferentes, tinham as chaves do local.
Prisão

Inicialmente, os dois foram encaminhados para a Delegacia de São Lourenço da Mata, que foi cercada por populares, na tarde de terça-feira. Por questão de segurança, os policiais decidiram levá-los ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), onde acabaram autuados em flagrante.

Em interrogatório, ambos negaram envolvimento com a morte de Esther e afirmaram que não estavam na casa no momento em que o corpo da menina foi escondido na cacimba.

À Polícia Civil, Fabiano disse que, na segunda-feira, saiu para trabalhar, por volta das 3h40, e depois esteve na casa de uma amiga, das 13h40 às 16h40. Segundo o depoimento, ele só teria chegado à própria residência por volta das 18h. Afirmou, ainda, que foi dormir por volta das 23h e não ouviu nada de estranho durante a noite.

Já Fernando alegou que, no dia do desaparecimento, ele esteve na casa da mãe de Esther e os dois beberam juntos. Por volta das 16h30, ele teria ido visitar a mãe e só passou em casa, à noite, para buscar alguns pertences.

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