Caso Esther: imóvel onde menina foi encontrada teria sido lavado no dia do desaparecimento
Em depoimento, o qual o Diario de Pernambuco teve acesso, os dois suspeitos presos negam participação no assassinato de Esther Isabelly
Publicado: 22/10/2025 às 15:41

Menina foi encontrada pelo tio dentro de uma cacimba localizada no bairro de PIxete, em São Lourenço da Mata (Fotos: Sandy James/DP Foto)
O imóvel onde a menina Esther Isabelly, de 4 anos, foi encontrada morta em São Lourenço da Mata, no Grande Recife, teria sido lavado no dia do desaparecimento da criança. O corpo, que estava dentro de uma cacimba, foi localizado na tarde de terça-feira (21), após cerca de 21 horas do sumiço.
A informação consta em diferentes depoimentos, obtidos pelo Diario de Pernambuco, colhidos pela Polícia Civil no inquérito. Segundo a investigação, Fernando Santos de Brito, de 31 anos, e Fabiano Rodrigues de Lima, de 27, eram os moradores das duas casas, construídas no terreno, onde o corpo de Esther estava.
Os dois foram presos em flagrante por ocultação de cadáver. Em interrogatório, eles negaram participação na morte da criança, mas apresentaram versões distintas sobre o crime.
De acordo com a investigação, a faxina teria sido realizada na casa de Fernando, na segunda-feira (20), por uma ex-companheira dele. Já Fabiano, que já tinha passagens por roubo, furto e tráfico de drogas, teria auxiliado na limpeza.
Limpeza
À polícia, Fabiano contou que estava em casa, por volta das 21h, quando a mulher pediu emprestado um isqueiro e uma vassoura para limpar a residência do ex-companheiro, que estaria sob efeito de drogas.
Segundo os depoimentos, Fabiano e a ex de Fernando limparam a casa, retiraram o lixo e colocaram fogo nos resíduos.
Durante a limpeza, a mulher teria chegado a tirar água da cacimba, onde Esther foi encontrada, mas não encontrou a criança.
Por sua vez, Fernando confirma ter visto a ex e o vizinho limpando o local. Ele não soube, entretanto, informar à polícia o motivo da faxina.
Versões contraditórias
À Polícia, Fernando afirmou que esteve na casa da mãe de Esther, onde os dois beberam, ainda antes de a menina desaparecer. Ele teria saído de lá, por volta das 16h30, para visitar um parente, também em São Lourenço.
No depoimento, ele alega ter visto a menina pela última vez por volta das 14h de segunda, quando ela estava brincando com os irmãos na rua. Ele não soube informar quem levou a criança para a imóvel onde morava.
De acordo com o seu relato, por volta das 16h30, ele teria ido visitar um parente, também em São Lourenço. Após passar o dia fora de casa, Fernando só teria voltado para pegar algumas roupas e entregar a chave. Nesse momento, já estavam acontecendo protestos no local por causa do desaparecimento da menina.
O suspeito alega, ainda, que passou a manhã seguinte na casa da mãe, onde foi capturado por policiais e levado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Cordeiro, no Recife.
Estar fora de casa também foi o álibi apontado por Fabiano durante o interrogatório. Segundo depôs, ele teria saído da residência por volta das 3h40, para trabalhar, e ficou na casa de uma amiga das 13h40 às 16h40.
No depoimento, Fabiano disse ter voltado para casa a pé e chegado por volta das 18h. Ele negou que estivesse no local quando a mãe da criança foi até lá, à procura de Esther. De acordo com a sua versão, no entanto, Fernando já estaria no local nessa hora.
Fabiano afirmou, ainda, que foi dormir por volta das 23h e não ouviu nada de estranho durante a noite. Na terça, ele teria saído de casa às 3h40, para trabalhar, e só teria ficado sabendo por uma amiga que o corpo da menina foi encontrado na cacimba.

