GOVERNABILIDADE

Haddad diz que governo não vai usar todo o Orçamento de 2023

Ministro da Fazenda também se queixou da base do governo no Congresso. "Não temos uma base progressista", disse, ao fazer um balanço do primeiro ano de governo na área econômica. A diretoria "durona" do BC também foi alvo das críticas

Publicado em: 09/12/2023 16:29


Segundo o Haddad, a medida faz parte do pacote para reduzir os gastos tributários, em face à queda na arrecadação do governo (foto: Reprodução/TV Brasil)
Segundo o Haddad, a medida faz parte do pacote para reduzir os gastos tributários, em face à queda na arrecadação do governo (foto: Reprodução/TV Brasil)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou neste sábado (09) que o governo não vai executar todo o Orçamento de 2023. Durante palestra para a militância do Partido dos Trabalhadores, Haddad disse que o governo ainda está organizando a estrutura dos ministérios.

 

“Eu não queria dizer, mas vou dizer. Nós não vamos nem executar o orçamento todo esse ano. Nós colocamos recursos e a máquina pública está muito capenga, sem funcionários, dificuldades em fazer licitações. É um negócio maluco”, disse, ao participar do debate com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, na Conferência Eleitoral Marco Aurélio Garcia.

 

Ao fazer o balanço do primeiro ano de governo, Haddad comentou que a tarefa, em 2023, foi “colocar o pobre no Orçamento”, conforme prometeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda na campanha eleitoral de 2022.

 

Para colocar os pobres no orçamento, Haddad e Gleisi citaram a importância da PEC da Transição, que abriu espaço de R$ 160 bilhões para a implementação de políticas sociais.

 

Haddad comentou ainda que não tem sido fácil emplacar a pauta econômica, de aumento de arrecadação, com um Congresso Nacional fortemente marcado por um perfil conservador. “Nós não temos uma base progressista no Congresso. Não estou falando mal ou bem, é um fato. Temos muita dificuldade com a agenda de desenvolvimento”, desabafou, afirmando ainda que a agenda dA direita - que caracteriza o Parlamento atual - “é vender patrimônio público e arrochar nos trabalhadores”.

 

A próxima semana, segundo o ministro, será “decisiva” para aprovar medidas que arrecadam mais impostos e, no entender dele, fazem “justiça tributária”. Ele também se queixou dos “jabutis” colocados nos projetos que tramitam no Congresso, trazendo prejuízo às contas públicas. Citou como exemplo a aprovação do Projeto de Lei que trata de energia eólica offshore, cujos jabutis custarão R$ 28 bilhões por ano ao governo. “Vamos elaborar uma caça aos jabutis”, disse, citando “uma reforma tributária global”, que vai impor limites aos chamados jabutis.

 

Outra dificuldade citada pelo ministro é convencer o Banco Central de ser mais ousado na política de redução da taxa de juros, a Selic. “Não temos uma diretoria mais arejada no Banco Central. É uma diretoria muito hawkish, muito durona. Começaram a baixar a taxa de juros só em agosto” , completou. Haddad afirmou esperar que a autoridade monetária reduza, na próxima reunião do Copom, nos dias 12 e 13, a taxa de juros para 11,75% ao ano. 

 

 

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